PSDB: os cabeças-pretas seguem se reunindo para se organizarem a fim de pressionar a cúpula (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de junho de 2017 às 17h51.
Brasília - A decisão do PSDB de permanecer no governo não coloca um ponto final na divisão interna do partido.
Nesta terça-feira, 13, algumas horas depois de a Executiva nacional optar pela permanência da legenda na base aliada, os "cabeças-pretas" se reuniram para discutir como se comportarão daqui em diante.
Esses deputados estudam marcar posição, publicamente, para demonstrar que discordam dos rumos adotados na Executiva.
Eles avaliam, no entanto, que ainda é muito cedo para fazer uma sinalização contrária à definida pela maioria dos tucanos.
Por isso, é possível que os "cabeças-pretas" voltem a se manifestar publicamente somente na semana que vem.
Dos 46 deputados que integram a bancada tucana na Câmara dos Deputados, 14 continuam firmes na defesa de que é preciso abandonar Michel Temer.
São esses parlamentares que seguem se reunindo frequentemente para se organizarem a fim de pressionar a cúpula.
Uma das justificativas para não aceitaram, passivamente, a decisão da Executiva é que não houve votação definitiva sobre o desembarque entre os membros presentes.
Na reunião realizada hoje, os "cabeças-pretas" avaliaram como positiva a declaração do presidente interino do partido, Tasso Jereissati (CE), ao final do encontro.
Na ocasião, o tucano admitiu que foi voto vencido na reunião, mostrando discordância com a decisão final.
"Esse não é meu governo, não é o governo dos meus sonhos. Não votei nem nele (Temer) nem nela (Dilma). Estão aí por causa da circunstância do País, que nos levou a isso", disse.