Candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, durante uma partida de futebol no Rio de Janeiro (Sergio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2014 às 19h23.
Rio - Para alcançar a meta de dobrar a votação do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, no Rio de Janeiro, os coordenadores do movimento "Aezão", dissidência do PMDB-RJ que prega o voto no tucano e no governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), tentam mobilizar deputados e prefeitos e evitar que eles se dispersem no segundo turno.
Dez milhões de panfletos confeccionados para a segunda etapa da disputa, com as imagens de Aécio e Pezão, começaram ontem a ser enviados da capital para a região metropolitana e o interior.
No próximo domingo, os integrantes do "Aezão" vão testar a mobilização do movimento durante atividade de rua do tucano, provavelmente uma caminhada na Praia de Copacabana (zona sul).
"Estou preocupado em botar a tropa na rua, para não esfriar", diz o criador do "Aezão" e presidente do PMDB fluminense, Jorge Picciani.
Um deputado do PMDB diz que, de fato, os candidatos ao Legislativo, responsáveis pela confecção e distribuição de grande parte do material impresso no primeiro turno, tendem a reduzir o ritmo depois de vencerem ou perderem a disputa.
"Está nas mãos dos candidatos a governador e a presidente. Eu tinha mil pessoas trabalhando para mim. Agora, não consigo mobilizar tanta gente. Os deputados estão pensando em como pagar as dívidas da campanha", diz o parlamentar.
Embora Pezão seja aliado da presidente Dilma Rousseff e tenha atividade de campanha com a petista no próximo sábado, na zona oeste, o "Aezão" é a maior sustentação de Aécio no Rio de Janeiro, terceiro colégio eleitoral do País, com 12 milhões de votantes.
O material do segundo turno tenta combinar a ideia de mudança no plano nacional e continuidade no Estado. "Para o Brasil mudar e o Rio continuar mudando", diz o slogan da dupla Aécio-Pezão.
Aécio teve 2,246 milhões de votos (26,9%) no Rio e ficou em terceiro lugar. Marina Silva (PSB) chegou a 31%, com 2,590 milhões de votos e a presidente Dilma teve o melhor desempenho, com 2,970 milhões (35,6%).
Dilmão
Criado em reação ao "Aezão", o movimento "Dilmão" (que prega o voto em Dilma e Pezão) - liderado pelos prefeitos do Rio, Eduardo Paes (PMDB), de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (sem partido), e de Niterói, Rodrigo Neves (PT) - deve ter pronto o material do segundo turno até amanhã.
A propaganda impressa trará uma versão com imagens de Dilma e Pezão e, na capital, terá também a foto de Paes com os aliados.
Obras que são resultados da parceria entre União e Estado (e município, em alguns casos), com o corredor exclusivo de ônibus Transoeste e expansão do metrô e programas como Minha Casa Minha Vida e PAC serão explorados na propaganda elaborada especialmente para o segundo turno.
"Teremos o material pronto para as atividades de Dilma no Rio, no próximo sábado", diz o coordenador da campanha presidencial petista no Estado, Adilson Pires. A presidente vai se dividir entre Pezão e o adversário do governador, Marcelo Crivella (PRB), com quem fará campanha em São Gonçalo (região metropolitana).
Por enquanto, a campanha de Crivella vai repetir o material do senador com Dilma usado no primeiro turno.