(Amanda Perobelli/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de abril de 2021 às 11h16.
O Instituto Butantan entregou nesta segunda-feira 1,5 milhão de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde e o governador de São Paulo garantiu que o instituto cumprirá a obrigação contratual de entregar o total de 46 milhões de doses da vacina até o fim deste mês.
Com a entrega desta segunda, o Butantan chegou a 39,7 milhões de doses da CoronaVac entregues ao PNI e tanto Doria quando o presidente do Butantan, Dimas Covas, asseguraram o cumprimento do prazo, apesar do atraso na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) importado da China para o envase nas instalações do Butantan.
"Isso nos enche de alegria e mantém o nosso cronograma de entrega de 46 milhões de doses da vacina do Butantan até o dia 30 de abril conforme o contrato, conforme o prometido. Tudo continua correndo bem até aqui para que essa entrega seja feita dentro desse volume", disse Doria aos jornalistas ao comemorar a entrega do novo lote de vacinas.
A expectativa inicial era que o Butantan recebesse 6 mil litros de IFA, suficientes para o envase de 10 milhões de doses, na semana passada. A remessa atrasou, e a estimativa passou a ser esta semana, mas ainda na semana passada, o instituto disse que deverá receber 3 mil litros até o dia 20 de abril e mais um lote de 3 mil litros ainda neste mês.
"Tudo indica que a normalidade seguirá nos próximos dias com o fornecimento dos insumos pelo laboratório Sinovac", disse Doria.
Também na semana passada, antes da entrega desta segunda, o Butantan disse que já havia envasado todo IFA que recebeu da Sinovac, mas que ainda tinha 3,2 milhões de doses a serem entregues ao PNI até o dia 19.
Nesta segunda, Covas garantiu que a programação de produção do instituto assegura o cumprimento do prazo de entrega das 46 milhões de doses caso o IFA chegue até o dia 20 e afirmou que existe a possibilidade de a matéria-prima chegar antes desta data.
No domingo, o Butantan anunciou que enviou para publicação na revista científica Lancet os dados dos teste clínico feito com a CoronaVac no Brasil, cujos números preliminares já haviam sido anunciados.
De acordo com o instituto, os dados apontam eficácia da vacina superior à originalmente anunciada --50,7% agora contra 50,38% no anúncio inicial-- e uma eficácia maior, de 62,3% quando aumentado o intervalo entre aplicação da primeira e da segunda doses para um período superior a 21 dias.
Os dados submetidos à publicação, que serão revisados por outros cientistas para só aí serem publicados, também mostraram, de acordo com o Butantan, eficácia de 83,7% a 100% contra casos que exigem assistência médica --era 78% a 100% na divulgação dos dados preliminares. O estudo, disse o Butantan, também comprova que a CoronaVac é eficaz contra as variates P.1 e P.2 do coronavírus, apontadas como mais transmissíveis.
"Além de serem melhores os resultados, agora nós temos dados de eficiência e estão demonstrando que nós temos uma excelente vacina, uma vacina que já tem se demonstrado em campo, isso é que é importante, muito efetiva inclusive após a primeira dose", disse Dimas Covas nesta segunda ao comentar os dados.
"Essa questão do intervalo entre a primeira e a segunda dose, nós também já conhecíamos, tanto é que nós temos orientado que o melhor esquema vacinal é zero a 28 dias", acrescentou.