(SOPA Images / Colaborador/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 06h00.
Após atrasos, o Instituto Butantan revela nesta quinta-feira, 7, os tão aguardados dados de eficácia da vacina contra a covid-19, que desenvolve em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Estas informações são o que faltam para solicitar o registro definitivo junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Butantan tinha previsto divulgar estes dados no fim de dezembro, mas decidiu adiar a publicação, o que causou desconfiança da comunidade científica. A justificativa do atraso foi a unificação das informações de testes da chamada fase 3 que estão em andamento em outros países.
Na época, o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, chegou a dizer que a eficácia tinha ficado entre 50% e 90%, sem dar mais detalhes. Outras vacinas, como a da AstraZeneca, tem eficácia de 90%. Isso significa que a cada 100 pessoas vacinadas, 90 criam resposta imunológica ao coronavírus.
No fim de novembro, o teste da Coronavac no Brasil atingiu o número mínimo de pessoas infectadas. Com isso, os estudos entraram na última fase de análise para verificar se ela realmente é eficaz contra o coronavírus. Um total de 13.000 voluntários participam do estudo no país.
Em uma análise revisada por pares e publicada no dia 17 de novembro na prestigiada revista The Lancet, foi apontado que a Coronavac é segura e foi capaz de criar anticorpos em 97% de 700 voluntários que participaram da fase de testes 1 e 2 na China.
A divulgação de dados é uma corrida contra o tempo. O governo de São Paulo pretende começar uma campanha estadual de vacinação contra a covid-19 no dia 25 de janeiro. Mas para que isso ocorra, precisa que tudo seja aprovado pela Anvisa. Em reunião com prefeitos dos 645 municípios, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que a data está mantida.