Início das obras: fábrica estará pronta em setembro de 2021. (Instituto Butantan/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 13h12.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 13h42.
O Instituto Butantan anunciou, nesta segunda-feira, 9, que começaram as obras para a construção da fábrica que vai produzir a vacina contra a covid-19 em território nacional. A conclusão é prevista para setembro de 2021 e a capacidade é de 100 milhões de doses por ano.
Até lá, parte dos imunizantes virá pronta e a outra parte será formulada com matéria-prima vinda da China, em um acordo com o laboratório Sinovac.
“É uma instalação que já existia. E será totalmente remodelada em 10 mil metros quadras de área. É um passo fundamental que consolida o Butantan e o Brasil na corrida mundial pela produção de vacinas. A previsão é de concluir as obras em 10 meses”, disse o governador de São Paulo, João Doria, em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
O custo total é de 142 milhões de reais, e está sendo financiado por 24 empresas da iniciativa privada, como o BTG Pactual Digital, Ambev, Magalu e Rede D'Or. O governo federal prometeu transferir 84 milhões de reais para o estado de São Paulo, com o objetivo de financiar a ampliação da fábrica. Mas até agora, o governo estadual ainda não recebeu o dinheiro.
"Não quero desmentir a posição dada a mim pelo ministro [Eduardo] Pazuello que é uma pessoa que confio, apesar de servir a um governo negacionista que é o governo Bolsonaro - o ministro Pazuello é um homem de bem -, mas até o presente momento o recurso não chegou ao governo de São Paulo e ao Instituto Butantan", afirmou o governador em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta segunda-feira.
Segundo o governador João Doria (PSDB), caso o governo federal não insira a vacina chinesa no programa nacional, o estado de São Paulo vai garantir os recursos para ter o total de 100 milhões de doses.
O presidente do Butantan, Dimas Covas, disse que, com a transferência de tecnologia, toda a etapa de produção será feita no Brasil.
"Em um primeiro momento, a fábrica vai produzir vacina para a covid-19, mas futuramente vai poder fazer para outras vacinas. Tivemos um cuidado para que não fique algo obsoleto. A forma como esta fábrica está sendo contratada, nós estamos usando um sistema que busca o resultado, com alta qualidade, e os fornecedores se submetem ao processo de garantir a melhor vacina", disse Dimas Covas.
Ele ainda esclareceu que que o instituto já fez as adequações na fábrica para formular as 40 milhões de doses que terá a matéria-prima vinda da China. Outras 6 milhões de doses vão vir prontas até o fim do ano. O primeiro lote de 120 mil doses chega no dia 20 de novembro.
A produção em massa da Coronavac e vacinação da população, porém ainda dependem do resultado final dos estudos clínicos do imunizante. O produto está na fase 3 de testes, na qual será verificado se ela tem, de fato, eficácia para proteger contra a doença. Os resultados são previstos pelo governo para o fim deste ano.
(Estadão Conteúdo)