Bumlai: pecuarista foi condenado a 9 anos e dez meses de prisão por gestão fraudulenta e corrupção (Valter Campanato/ Agência Brasil/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de abril de 2017 às 14h14.
São Paulo - Horas após conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância, que mande "romper o lacre anelar de sua tornozeleira".
O pecuarista cumpria prisão domiciliar sob monitoramento eletrônico desde novembro de 2016. Nesta terça-feira, 25, por três votos a dois, o Supremo revogou o decreto de prisão preventiva de Bumlai - já condenado a 9 anos e dez meses de prisão por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção.
"José Carlos Costa Marques Bumlai, qualificado nos autos supracitados vem, à presença de Vossa Excelência, por seus procuradores adiante assinados (...) requerer que seja-lhe autorizado romper o lacre anelar de sua tornozeleira, com comunicação imediata à d. 12.ª Vara Federal de Curitiba, para que seja enviada ao escritório de seus advogados em Curitiba, para entrega a esse d. Juízo", solicitaram os advogados Daniella Meggiolaro Paes de Azevedo, Conrado Gidrão de Almeida Prado e Edward Rocha de Carvalho.
Bumlai é protagonista do emblemático empréstimo de R$ 12 milhões que tomou junto ao Banco Schahin, em outubro de 2004. O dinheiro, segundo o próprio pecuarista, foi destinado ao PT, na ocasião em dificuldades de caixa.
De acordo com a Lava Jato, em troca do empréstimo, o Grupo Schahin foi favorecido por um contrato de US$ 1,6 bilhão sem licitação com a Petrobras, em 2009, para operar o navio sonda Vitória 10.000.
Lula, que não é acusado nesta ação, teria dado a "bênção" ao negócio - o que é veementemente negado pela defesa do petista.