Voluntários: eles são recrutados e capacitados para combater fogo e evitar incêndios acidentais (Fundação Grupo Boticário)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2014 às 16h20.
São Paulo - Todos os anos, o Brasil comemora o Dia do Cerrado em 11/09 – auge do período de seca, que se estende de agosto a outubro.
Nesta época do ano, os focos de incêndio se alastram e ameaçam a biodiversidade, a infraestrutura e a saúde dos 20 milhões de habitantes da região, presente em 11 estados, com área que abrange quase 24% do território nacional.
A boa notícia é que algumas Unidades de Conservação (UCs) têm adotado estratégias de combate ao fogo certeiras, que envolvem a adoção de parcerias entre poder público e reservas particulares.
Outros investimentos bem-sucedidos são a capacitação de funcionários e o estímulo à participação popular da comunidade no entorno.
Exemplo disso é a ação da Reserva Natural Serra do Tombador, em Cavalcante (GO), que reduziu 95% das queimadas entre 2011 e 2014, segundo a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que a mantém.
A reserva teve cerca de 60% de sua área queimada em 2011, por conta de um grande incêndio.
Uma das soluções encontradas foi a criação (e capacitação) de uma brigada de incêndio voluntária, formada por moradores das comunidades do entorno.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Cerrado tem o maior índice de queimadas do Brasil.
Só em 2014, até a data desta reportagem, foram registrados mais de 395 mil focos de incêndio em território nacional e 45% deles foram no bioma, considerado o segundo mais ameaçado do país.
A atividade humana é a principal causa de queimadas nesta época do ano.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) destaca que 90% dos incêndios florestais têm de origem antrópica.
Na maioria dos casos, são decorrentes do uso incorreto do fogo para a renovação de pastagens, da caça e de ações criminosas.
“O uso do fogo é bastante perigoso, principalmente, se a utilização de manejo acontece próximo às áreas urbanas. Além da destruição ambiental, as queimadas podem se alastrar para áreas próximas, atingindo casas, áreas naturais e danificando as redes de transmissão elétrica”, diz Fernando Rebello, analista ambiental do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros.