O doleiro Alberto Youssef: e-mail enviado por Roberto Prisco Ramos, da Braskem, para o presidente da Odebrecht e outros executivos faz referência à colocação de sobrepreço até 25 mil dólares por dia em contrato de sondas (Rodolfo Buhrer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2015 às 18h26.
Brasília - A Polícia Federal cumpriu mandado nesta sexta-feira, 19, de busca e apreensão na sede da empresa Braskem, gigante dos setores químico e petroquímico. O doleiro Alberto Youssef afirmou em delação premiada que Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, diretor da Odebrecht, teria negociado o pagamento de propina da Odebrecht/Braskem com ele e o então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
O executivo teria acertado o pagamento de U$ 5 milhões ao ano para Youssef e Paulo Roberto em troca de a Petrobras vender para a Braskem uma cesta de serviços pelo mesmo preço praticado no mercado internacional, inferior ao cobrado pela petroleira no mercado interno. Da propina, 30% iria para Paulo Roberto e 70% para o Partido Progressistas (PP).
O pagamento da propina seria feito no exterior e interditado pelo diretor financeiro da Odebrechet Cesar Ramos Rocha, conhecido pela alcunha de "Naruto". Reforçaram os indícios de esquema, e-mail apreendido pela PF na Odebrecht na sétima fase da Lava Jato enviado por Roberto Prisco Ramos, da Braskem, para o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrechet, e outros executivos da empresa.
Na mensagem, se faz referência a colocação de um sobrepreço da ordem de 20 a 25 mil dólares por dia em contrato de operação de sondas. Alexandrino e Cesar Rocha foram presos hoje na 14a fase da Lava Jato.
A reportagem procurou a Braskem, que não retornou até a tarde desta sexta-feira.