Congresso coloca grade de proteção para dividir manifestantes pró e anti impeachment. (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2016 às 09h26.
Brasília - Pela primeira vez em sua história, Brasília receberá, no domingo, 17, uma multidão politicamente polarizada na Esplanada dos Ministérios. O governo do Distrito Federal espera um público de 200 mil pessoas para acompanhar a votação do impeachment.
"É a primeira vez que um evento dessa magnitude acontece. No impeachment do presidente Fernando Collor, havia unanimidade a favor do afastamento dele. Agora é diferente", disse o governador Rodrigo Rollemberg.
As concentrações populares históricas na Esplanada sempre tiveram bandeiras únicas.
Foi assim no velório de Juscelino Kubitschek (1976), na campanha das Diretas-Já (1984), na morte de Tancredo Neves (1985), no movimento dos caras pintadas (1992), na marcha de partidos de esquerda contra o governo Fernando Henrique Cardoso (1999), na primeira posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2002), nos protestos de junho e julho de 2013 e nas mobilizações contra e a favor da presidente Dilma neste ano.
Para evitar conflitos, a polícia adotou a estratégia polêmica de instalar um muro metálico ao longo de todo o canteiro central da Esplanada, do gramado do Congresso à rodoviária. "Sei que essa ideia recebeu críticas, mas até agora ninguém apresentou ideia melhor", declarou Rollemberg.
Uma das áreas mais críticas é a rodoviária, onde boa parte do público desembarcará. O local deve receber um contingente policial reforçado. Todo o efetivo de 14.300 homens da Polícia Militar e 4.500 da Civil estará à disposição do evento. Até o momento, não está definido se a Força Nacional irá atuar.
Entidades empresariais e de profissionais liberais que defendem o impeachment contrataram empresas de segurança privada para proteger seus representantes.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) espera contar com os sindicatos de vigilância para que seus membros atuem na proteção das pessoas que defendem a presidente.
"Temos deixado claro nosso repúdio a qualquer agressão e esperamos que isso também ocorra do outro lado", disse Paulo João Estausia, da Confederação dos Trabalhadores em Transporte.
No acampamento contra o impeachment, próximo ao Estádio Mané Garrincha, havia nesta quarta-feira 2.500 pessoas. Já a área do grupo oposto contava com 25 militantes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.