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Brasileiros dormem em consulado para tentar escapar da Venezuela

Representação diplomática brasileira aguarda um comunicado de Caracas para iniciar o traslado do grupo em ônibus

Um grupo de turistas brasileiros passou a madrugada desta terça-feira, 26, no vice-consulado em Santa Elena do Uairén (Bruno Kelly/Reuters)

Um grupo de turistas brasileiros passou a madrugada desta terça-feira, 26, no vice-consulado em Santa Elena do Uairén (Bruno Kelly/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 10h41.

Pacaraima (RR) - Um grupo de turistas brasileiros passou a madrugada desta terça-feira, 26, no vice-consulado em Santa Elena do Uairén, cidade venezuelana mais próxima de Roraima. Eles tentam retornar ao país e escapar do fechamento da fronteira decretado há cinco dias pelo regime do presidente bolivariano Nicolás Maduro.

A representação diplomática brasileira aguarda um comunicado de Caracas para iniciar o traslado do grupo em ônibus. Só com esse aval os militares chavistas vão abrir passagem na fronteira. Muitos turistas que faziam compras ou visitavam amigos dormiram no chão do vice-consulado para não perder a preferência na fila de inscrições. A lista teria mais de 70 nomes.

Tratativas semelhantes deram certo para permitir a passagem de um grupo de 25 turistas que fazia caminhada por oito dias no Monte Roraima, e também ficou retido em Santa Elena, onde se depararam com um cenário de destruição e confrontos no retorno. Com uma autorização especial obtida após apelos diplomáticos e tratativas militares, eles foram escoltados pela Guarda Nacional Bolivariana (GNB).

A maior parte dos brasileiros havia atravessado a fronteira antes da quinta-feira, quando Maduro antecipou-se a uma tentativa de envio de caminhões com suprimentos e medicamentos. A ação foi articulada por opositores do chavismo, liderados pelo presidente autodeclarado Juan Guaidó, do Brasil e dos Estados Unidos.

Os brasileiros tiveram de permanecer na cidade durante os conflitos entre militares e paramilitares leais a Maduro e venezuelanos insatisfeitos. Autoridades locais falam em 25 mortos e mais de 80 feridos.

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