Desde o dia do ocorrido, o FBI iniciou uma força-tarefa para localizar os que estavam dentro do Capitólio. (Tayfun Coskun/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 15h21.
A brasileira Letícia Vilhena Ferreira foi presa nesta quarta-feira, 16, em Illinois, por ter participado da invasão ao Capitólio, sede do Parlamento dos Estados Unidos. A queixa crime com mandado de prisão contra a brasileira diz que ela infringiu dois artigos do Código de Leis do país: entrada ou permanecimento conscientemente em qualquer edifício restrito ou sem autoridade legal e entrada violenta e conduta desordeira no prédio. Desde o dia do ocorrido, o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI) iniciou uma força-tarefa para localizar os que estavam dentro do Capitólio. Letícia já é a terceira brasileira que terá que responder criminalmente à justiça americana pela invasão.
Segundo documento atribuído à Força-Tarefa Conjunta de Terrorismo de Chicago (JTTF), datado no dia 14 de fevereiro de 2022 e disponibilizado no CourtListener, Letícia foi identificada após uma testemunha afirmar que recebeu um vídeo gravado pela própria brasileira. Informações de código aberto revelaram que o número de telefone responsável por enviar o vídeo era de Letícia. Os dados da operadora forneceram a localização da brasileira, em Illinois.
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No dia 2 de abril de 2021, agentes do FBI entrevistaram Letícia em sua própria residência sobre seu paradeiro no dia da invasão. A brasileira afirmou que esteve em Washington para ver o presidente Donald Trump falar e acabou comparecendo à marcha. Segundo ela, incapaz de ver ou ouvir o discurso do presidente de sua localização, começou a seguir um conjunto de pessoas em direção ao Capitólio, onde continuou seguindo para dentro do prédio. Durante a conversa com os investigadores, Letícia afirmou ser cidadã do Brasil e que estava nos EUA com um visto de trabalho, o que a impedia de votar nas eleições daquele ano.
Letícia entregou as imagens que fez com o seu celular no dia, o que foi usado pelos investigadores como uma prova de que a brasileira estava no local. Além disso, com as descrições que ela ofereceu de suas vestimentas na marcha, também foi possível localizá-la nas gravações feitas pelas câmeras do prédio. Outra comprovação de sua presença na invasão foi uma busca autorizada em seu telefone no dia 26 de agosto de 2021. Em mensagens trocadas entre ela e uma outra pessoa, os investigadores encontraram a declaração de que ela estava no Capitólio.
Os vídeos mostram que a brasileira esteve presente quando manifestantes empolgados gritaram "Nossa Casa" e "Pare o Roubo". As gravações ainda indicam que Letícia não participou de agressões físicas contra os policiais.
Além de Letícia, outros dois brasileiros foram identificados na invasão: Samuel Camargo, 26, que foi localizado após publicar, em suas redes sociais, imagens de sua participação no motim, e Eliel Rosa, 53, que foi preso e, posteriormente, condenado pela justiça norte-americana.