Brasil

Brasil vai ser um exemplo positivo ao mundo, diz Pazuello sobre a covid-19

Em entrevista, ministro interino avalia que inicialmente o país adotou protocolos errados para conter a pandemia, mas que agora a abordagem está correta

Pazuello: agora os protocolos estão adaptados adequadamente, com foco no atendimento precoce dos pacientes com sintomas da covid-19 e diagnóstico médico, "não do teste" (Najara Araujo / Câmara dos Deputados/Divulgação)

Pazuello: agora os protocolos estão adaptados adequadamente, com foco no atendimento precoce dos pacientes com sintomas da covid-19 e diagnóstico médico, "não do teste" (Najara Araujo / Câmara dos Deputados/Divulgação)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 17 de julho de 2020 às 10h36.

Última atualização em 17 de julho de 2020 às 13h08.

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou a Veja, em entrevista publicada nesta sexta-feira, 17, que o Brasil ainda será reconhecido mundialmente como um exemplo positivo de combate ao novo coronavírus. Para ele, inicialmente o país adotou protocolos errados que provocaram medo na população, mas agora a abordagem está correta.

"No início, a população foi orientada a permanecer em casa mesmo com os sintomas da Covid. E era para ficar em casa até sentir falta de ar. E, quando você tivesse falta de ar, ainda diziam para segurar mais um pouquinho. Matamos quantas pessoas com isso? Loucura", disse Pazuello, afastando a culpa do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. "Ele imaginava que a melhor coisa era ficar em casa até passar mal. Não vou dizer que ele estava errado ou que teve dolo. Na época era o que tinha de certo", continuou.

Para ele, agora os protocolos estão adaptados adequadamente, com foco no atendimento precoce dos pacientes com sintomas da covid-19 e diagnóstico médico, "não do teste". Questionado se a testagem dos pacientes não seria mais importante, ele voltou a dizer que não. Em todo o mundo, epidemiologistas, cientistas e a Organização Mundial da Saúde sustentam que a doença só será controlada com um protocolo eficaz de testagem, para que se conheça o cenário exato do avanço da pandemia.

"O diagnóstico é clínico, é do médico. Pela anamnese, pela temperatura, por um exame de tomografia, por uma radiografia do pulmão, por exame de sangue, podendo até ter um teste. Criaram a ideia de que tem de testar para dizer que é coronavírus. Não tem de testar, tem de ter diagnóstico médico para dizer que é coronavírus. E, se o médico atestar, deve-se iniciar imediatamente o tratamento", afirmou.

Na entrevista, o ministro interino da Saúde, que está no cargo há 60 dias, negou também as acusações feitas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que chamou os generais que ocupam cargos na pasta de genocidas. "Quem são os genocidas? Os 5.000 funcionários do ministério? Os dezoito oficiais que eu trouxe para trabalhar comigo? Foi uma conversa muito mal colocada, atravessada, num momento errado e de uma pessoa que não precisava falar isso".

Questionado se o presidente Jair Bolsonaro minimizou os impactos da pandemia, que já matou ao menos 75 mil pessoas e infectou comprovadamente mais de 2 milhões, Pazuello negou. "Foi colocado muito medo nas pessoas. E, se você olhar só um pouquinho por outro ângulo, talvez não seja tão negativo ter uma pessoa dizendo que não precisa ter esse temor todo. Dá um pouco de esperança de que a vida pode ser normal, de que dá para manter alguma atividade econômica, para as pessoas não morrerem em casa, com medo".

Sobre o futuro da pandemia no país, o ministro interino avaliou que em setembro "conseguiremos baixar a curva para o nível de uma síndrome respiratória comum". Para ele, o avanço observado atualmente nas regiões Sul e Centro-Oeste, contudo, deve ter consequências e reflexos menores.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusJair BolsonaroMinistério da Saúde

Mais de Brasil

Qual o valor da multa por dirigir embriagado?

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha