Nelson Barbosa disse que o objetivo do governo é manter leilões sistemáticos de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos (José Cruz/ Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2015 às 09h18.
Brasília - O governo federal terá programas contínuos de concessões em infraestrutura, afirmou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
Em entrevista concedida nesta quinta-feira, 28, ao jornal O Estado de S. Paulo em seu gabinete, Barbosa disse que o objetivo do governo é manter leilões sistemáticos de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, à semelhança do que é feito hoje nas licitações de blocos de exploração de petróleo e de fornecimento de energia elétrica para o mercado regulado.
"Estamos trabalhando para que isso seja uma atividade contínua no Brasil. Vamos fazer isso agora em 2015 e no ano que vem, e a ideia é fazer continuamente até chegar um momento em que estará tudo concedido, e aí será somente uma questão de gerir as renovações", disse Barbosa.
O ministro não negou os desentendimentos com o colega da Fazenda, Joaquim Levy, mas disse que foram divergências normais e pontuais em um processo de política econômica.
"Os diretores do Banco Central também divergem nas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária)", comparou.
Mesmo com a aprovação das medidas provisórias do ajuste fiscal, Barbosa destacou outros pontos que ainda considera importantes, como o projeto de lei que revisa a desoneração da folha de pagamentos.
"A aprovação dele no Congresso é indispensável para o reequilíbrio fiscal. Se for aprovado agora em junho, já contribui neste ano e ainda mais para o ano que vem. Essa fase do ajuste fiscal inicial ainda não acabou", disse.
O ministro também fez comentários sobre o fator previdenciário, outro tema caro para o governo, e evitou falar sobre um eventual veto da presidente Dilma Rousseff nas mudanças aprovadas pelo Congresso.
"Não estamos falando de veto ou não ainda. Vamos avaliar. Indicamos o voto contra o fim do fator previdenciário quando foi apresentado na Câmara. Antes disso, já nos dispusemos a criar um fórum para discussão específica sobre isso. O fórum será criado na semana que vem e, lá, vamos elaborar propostas de consenso para enviar ao Congresso", afirmou.
PIB
Questionado sobre a revisão para baixo do Produto Interno Bruto (PIB) de 2016, Barbosa admitiu que retomada econômica será mais lenta do que o governo inicialmente imaginava.
Ressaltou, porém, que o próprio mercado projeta que a economia voltará a crescer no último trimestre deste ano.
"Estamos fazendo o possível para antecipar isso, fazendo isso começar já no terceiro trimestre. Mas, mesmo com essa recuperação no fim do ano e melhorando ao longo de 2016, o PIB do ano que vem ainda será relativamente baixo. O importante é ter projeções consistentes com as melhores práticas", avaliou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.