Coronavírus: Brasil tem um único caso confirmado da doença até agora (Adriano Machado/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 16h39.
Última atualização em 28 de fevereiro de 2020 às 18h18.
O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (28) que realizará uma campanha publicitária para reduzir o risco de transmissão do novo coronavírus. Segundo a pasta, o foco da ação será nos hábitos de higiene e nas precauções sobre contato físico entre as pessoas.
O custo previsto da ação é de R$ 10 milhões e será veiculado em Internet, rádio e televisão. A campanha já começa a ser veiculada nesta sexta-feira (29).
O ministério informou ainda que existem 182 casos considerados suspeitos de coronavírus no Brasil. Até agora, 71 casos já foram descartados e um caso confirmado em São Paulo.
Dados atualizados da Organização Mundial da Saúde apontam para 82.294 casos de coronavírus pelo mundo, deste total são 1.185 novos casos.
Desde o dia 24 deste mês, 16 países são considerados suspeitos: Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Tailândia, Itália, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes.
Já em São Paulo o governador João Doria anunciou o aporte de R$ 30 milhões para ações de combate ao novo coronavírus. Desse montante, R$ 14 milhões serão usados em uma campanha informativa que contará com uma cartilha digital e impressa, além de duas semanas de inserções em rádio e TV. O restante do dinheiro será investido nos serviços de saúde para garantir o atendimento aos doentes.
A campanha televisiva deve começar a ser veiculada na próxima terça-feira (3). Os informes serão apresentados pelo coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, infectologista David Uip.
Segundo o balanço divulgado nesta sexta (28) pelo governo paulista, atualmente existem 66 casos suspeitos no estado. Até então eram 85, mas 37 foram descartados e 18 novos pacientes que podem estar infectados com o vírus foram identificados.
Entre os casos que os exames laboratoriais confirmaram que as pessoas não estavam com coronavírus estão três parentes do empresário que ficou doente na Itália. Ao retornar ao país, o homem reuniu 30 familiares em um almoço, que passaram a ser monitorados.
Os casos suspeitos do novo coronavírus só passarão a ser classificados dessa forma se a pessoa monitorada tiver febre, um sintoma a mais (como tosse e dificuldade respiratória) e viajado para um dos 16 países em alerta nos últimos 14 dias.
David Uip reafirmou a importância de evitar uma corrida desnecessária aos serviços de saúde. O médico enfatizou que as pessoas só devem ir às unidades de atenção básica caso haja persistência dos sintomas. “Paciente com poucos sintomas têm que ficar em casa, não têm que procurar serviço de saúde. Tossiu, espirrou, tem febrinha, fica em casa”.
“Quando ele deve procurar o serviço de saúde? Quando ele tiver um desconforto maior. A febre voltou, se prolongou por mais de 48 horas”, explicou o médico.
Devem ter atenção especial, segundo o especialista, idosos com mais de 60 anos de idade, pessoas em tratamento contra o câncer, com doenças renais, cardiovasculares ou diabetes.
O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus também disse que não acredita na eficácia de medidas como quarentena ou bloqueio sanitário nos aeroportos. “Não há possibilidade de evitar a entrada de um vírus desse. Você minimiza o que vai acontecer, você se prepara e contingência”, disse. De acordo com ele, o tempo de incubação do vírus, que pode permanecer até 14 dias no corpo do paciente sem apresentar sintomas, torna medidas como a quarentena pouco eficaz.
O Ministério da Saúde decidiu alterar os critérios para compra de máscaras e aventais frente ao aumento do número de casos suspeitos de coronavírus no Brasil.
A pasta deverá publicar ainda nesta sexta-feira um edital para compra de 24 milhões de máscaras. A expectativa é que o produto seja distribuído para unidades de saúde em duas a três semanas. A compra será fracionada e não necessariamente concentrada em apenas um fabricante, como na regra atual. A negociação foi feita após empresas alegarem não haver quantidade suficiente para atender à demanda em apenas uma companhia.
Cada empresa participante da licitação deverá apresentar uma proposta de fornecer no mínimo 500 mil unidades do produto. "Não será necessário utilizar nenhum instrumento previsto na legislação que pudesse proibir exportação ou fazer requisição de produtos. Entendemos que houve boa vontade dos fornecedores e, com essa medida, acreditamos que o assunto esteja resolvido", afirmou o secretário. Ainda nesta sexta-feira, afirmou Gabbardo, serão assinados contratos para compra de outros 21 insumos, entre eles, álcool em gel.