Brasil

Brasil tem 107 celulares roubados ou furtados por hora, aponta Anuário de Segurança Pública

Os dados mostram que quase dois celulares são roubados por minuto e uma média de 2.567 aparelhos subtraídos por dia.

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 18 de julho de 2024 às 10h00.

Última atualização em 18 de julho de 2024 às 17h05.

Tudo sobreSegurança pública
Saiba mais

O Brasil teve 937.294 ocorrências de roubo e furto de celular registradas em delegacias por todo o país em 2023, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados nesta quinta-feira, 18, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados mostram que quase dois celulares são roubados por minuto e uma média de 2.567 aparelhos subtraídos por dia.

Apesar de o número estar perto da marca de 1 milhão de telefones celulares furtados ou roubados, o indicador apresentou queda de 4,7% em relação ao ano passado. O Anuário mostra que, pela primeira vez, o número de furtos superou o de roubos de aparelhos, com 494.295 contra 442.999 casos, respectivamente, ao longo de 2023.

Os especialistas do Fórum apontam que os furtos e roubos de celulares alimentam a economia do crime no Brasil e são centrais na nova dinâmica de crimes patrimoniais. Os celulares são apontados como porta de entrada frequente para outras modalidades de delitos em ascensão, como estelionatos e golpes virtuais.

A análise dos dados mostra ainda que, no caso dos roubos de celulares, os criminosos optam por vias públicas, local de 78% das ocorrências. Os casos são mais frequentes em dias de semana, em especial entre segundas e sextas-feiras, com prevalência entre 5h e 7h da manhã e o período entre 18h e 22h – horários em que, geralmente, a população está em deslocamento nas grandes metrópoles, indo ao trabalho ou voltando para casa. Cerca de 58% das vítimas eram homens.

No caso dos furtos, as vias públicas responderam por 44% dos registros, seguidas dos estabelecimentos comerciais/financeiros e residências, com 14% e 13% das ocorrências, respectivamente. Ao contrário dos roubos, os furtos de celulares são mais comuns nos finais de semana, que concentram 35% dos casos. Nessa categoria, os criminosos escolhem horários com movimento reduzido nas cidades, principalmente entre 10h e 11h e a partir do meio da tarde, por volta das 15h, até 20h. O crime atinge homens e mulheres na mesma proporção.

Cidades com mais roubos de celulares

Segundo o Anuário, os roubos e furtos de celulares estão concentrados em grandes cidades brasileiras com alta concentração de pessoas. No ranking elaborado dos municípios com as maiores taxas de roubo/furto de celular (por 100 mil), foram consideradas apenas as cidades com mais de 100 mil habitantes, para evitar distorções.

Manaus (AM) lidera com 2.096 roubos e furtos, seguida por Teresina (PI), com 1.866, São Paulo (SP), com 1.781,6, Salvador (BA), com 1.716,6, e Lauro de Freitas (BA), com 1.695,8, situada na Grande Salvador. A taxa do Brasil é de 461,5 ocorrências registradas para cada 100 mil habitantes. Entre as 50 cidades com maiores taxas de roubo e de furto de celular, 15 estão localizadas no estado de São Paulo.

Marcas mais roubadas

A marca mais visada pelos criminosos, olhando-se para os números absolutos, foi a Samsung, com 37,4% dos casos, seguida pela Apple, com 25%, e pela Motorola, com 23,1%. Embora respondam por apenas 10% do mercado nacional, os iPhones representam uma em cada quatro subtrações de aparelhos (na soma de roubos e furtos). Quando se atenta a proporções, é possível dizer que os usuários da Apple correm mais riscos na comparação com aqueles que utilizam telefones de outras marcas.

Acompanhe tudo sobre:Segurança públicaCelularesRoubos

Mais de Brasil

Escala 6x1: ministro de Lula vai receber Erika Hilton, que propôs PEC para reduzir jornada

Senado aprova autonomia na gestão financeira da PPSA, a estatal do pré-sal

Assassinato de delator do PCC é 'competência do estado', afirma Lewandowski

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP