Recife - O Brasil se despediu neste domingo do candidato à presidência <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/eduardo-campos">Eduardo Campos</a></strong>, que morreu na última quarta-feira em um <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/acidentes-aereos">acidente aéreo </a></strong>em Santos, no funeral realizado em Recife, enquanto o PSB anunciou o início das consultas para indicar quem o substituirá nas eleições de outubro.</p>

Em meio à comoção, milhares de cidadãos, autoridades e representantes políticos de todo o país abarrotaram os arredores do cemitério de Santo Amaro para lembrar a figura e o legado deixado pelo ex-governador de Pernambuco. Antes do sepultamento, muitas pessoas velaram desde a madrugada o corpo do político no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual.

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, o candidato do PSDB, Aécio Neves, e Marina Silva - possível sucessora de Eduardo Campos - deixaram de lado a rivalidade política e se uniram para render as últimas homenagens ao político, cuja morte comoveu o país e gerou uma reviravolta no cenário eleitoral.

'Hoje, cessam as divergências políticas', declarou o irmão do político, Antônio Campos, durante o velório.

A missa começou às 10h e Dilma chegou, em meio a vaias e aplausos, acompanhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visivelmente emocionado. Cerca de 160 mil pessoas, segundo o governo de Pernambuco, participaram dos atos realizados em homenagem a Campos, onde também foram lembrados os outros seis passageiros que viajavam com o político quando o avião caiu.

'No momento do acidente, as vítimas estavam unidas pelos mesmos ideais', afirmou o arcebispo de Olinda e Recife, Fernando Saburido, durante a missa.

Acompanhado por uma multidão, Campos foi enterrado ao lado de seu avô Miguel Arraes, que morreu em 13 de agosto de 2005, exatamente nove anos antes do neto.

Agora, o país encara a necessidade de recompor o cenário eleitoral. Campos era terceiro colocado nas pesquisas, com 10% de intenção de votos, atrás de Dilma, com 38%, e de Aécio, com 23%. As porcentagens, contudo, devem mudar com a eventual entrada de Marina na disputa.

Uma nova campanha - com novos personagnes - começará na próxima terça-feira com o início da propaganda eleitoral na televisão. O PSB anunciou hoje o início do processo de consultas para nomear ao sucessor de Campos. O presidente da do partido, Roberto Amaral, disse que as primeiras pessoas consultadas serão a viúva do político, Renata Campos, Marina Silva, candidata a vice-presidência, e os demais partidos que integram a coligação.

'Sepultado nosso líder, o PSB abre o processo de consultas visando a construção de alternativa política consensual a ser adotada pela sua executiva nacional, instância partidária adequada para decisões dessa magnitude', disse Roberto Amaral, em comunicado.