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Brasil registra 206 mortes em decorrência das chuvas desde outubro de 2021

Ao menos cinco estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo — registraram mortes no período sazonal das chuvas

Tragédia em Petrópolis: temporal causa destruição e deixa mortos 16/2/2022 (BRUNO KAIUCA/ZIMEL PRESS/Estadão Conteúdo)

Tragédia em Petrópolis: temporal causa destruição e deixa mortos 16/2/2022 (BRUNO KAIUCA/ZIMEL PRESS/Estadão Conteúdo)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de fevereiro de 2022 às 13h54.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2022 às 14h00.

Pelo menos 206 pessoas morreram em decorrência das chuvas no país desde 1º de outubro de 2021 até o início da manhã desta quinta-feira, dia 17. O levantamento considera os dados da Defesa Civil dos estados e do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres do Governo Federal. Ao menos cinco estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo — registraram mortes no período sazonal das chuvas.

Utilizando os mesmos dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostrou o efeito devastador da chuva nos últimos seis anos. Foram 637 mortes por desastres decorrentes das chuvas. O estudo também analisou os óbitos por causas dos desastres decorrentes das chuvas. Entre 2021 e 2022, foram 67 mortes, um dos maiores índices da série histórica e superior aos 51 óbitos do período anterior. O recorte com maior número de mortes do estudo foi 2018/2019 com 327. O número engloba, porém, as 264 vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho (MG).

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Em São Paulo, a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil confirmou 48 óbitos em desastres decorrentes das chuvas desde 1º de dezembro de 2021. São mil desabrigados e quase 10 mil desalojados. A prefeitura da capital informou que foram mapeadas 494 áreas de risco de escorregamento de encosta e solapamento de margem de córrego na cidade de São Paulo. "No país, é preciso de um plano de resiliência frente às grandes tempestades tropicais", afirma Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de riscos.

No Rio, ao menos 104 pessoas morreram (em contagem até o início da manhã desta quinta), entre elas oito crianças, em Petrópolis, na região serrana, após deslizamentos e alagamentos causados pelas fortes chuvas que atingiram a cidade na terça-feira. Ainda há desaparecidos e o número irá subir.

Depois de fortes chuvas terem deixado um rastro de destruição no sul da Bahia em dezembro, com rios transbordando por cima das pontes, cidades alagadas até o telhado de suas casas e carros flutuando pelas ruas, o estado voltou a registrar altos índices pluviométricos nas últimas semanas.

Na terça-feira, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia (Sudec) confirmou o óbito de um pescador de 69 anos em Jucuruçu. Já foram 27 mortes confirmadas. "Nunca vivemos uma situação como essa na Bahia. Mesmo que as chuvas tenham diminuído de intensidade, ainda é um momento de alerta e trabalhar pelo amparo à população que foi duramente atingida", afirma o coronel Carlos Miguel de Almeida Filho, diretor da Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec).

Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, lembra que as tragédias deixam o desafio da reconstrução para as cidades. "As prefeituras sentem os prejuízos após o período das chuvas, quando precisam reconstruir o que perderam. Há cidades que demoram uma década para se reestruturar", pondera.

De acordo com o levantamento da CNM, os prejuízos econômicos nos setores de agricultura, pecuária e indústria chegam a R$ 51,3 bilhões nos últimos seis anos. Só nos últimos três meses, o estado de Minas Gerais, um dos mais prejudicados pelas chuvas, teve prejuízos de R$ 6,1 bilhões. Hoje, 422 cidades estão em situação de emergência, conforme a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec).

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