Miriam Belchior, ministra do Planejamento, defende a recapitalização do BID (Marcello Casal Jr/ABr)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2011 às 17h49.
Brasília – A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, defendeu recapitalização do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em discurso na abertura da 52º Reunião Anual da Assembleia de Governadores do banco, que acontece no Canadá. De acordo com a representante brasileira, o Brasil poderia tocar mais programas se dispusesse de mais crédito. “Não podemos deixar de constatar que muito mais poderia ser feito em nossa região se o BID dispusesse de mais recursos. Quantas oportunidades efetivas de desenvolvimento estão sendo perdidas, não por ausência de demanda ou de vontade política, mas sim, por insuficiência de recursos”, afirmou.
Segundo a ministra, os programas na área de mudanças climáticas e energias renováveis serão beneficiados. Além de projetos de combate à pobreza e às desigualdades, poderiam receber mais apoio obras de infraestrutura e de integração regional com o intuito de erradicar a extrema pobreza no Brasil.
No discurso, Miriam destacou a importância do reforço do BID na execução de programas brasileiros. “As condições vigentes nos mercados internacionais, assim como as demandas das economias latino-americanas e caribenhas, reafirmam a relevância das fontes multilaterais de crédito e, em especial para nós, a do Banco Interamericano de Desenvolvimento”.
Com o crescimento econômico brasileiro, os recursos atuais têm sido insuficientes diante das demandas de longo prazo. “As estimativas da administração do banco, antes do acordo de aumento de capital, apenas confirmaram o que as autoridades da região já percebiam: as dimensões atuais do BID ficaram pequenas para as exigências atuais de nossa região”, enfatizou a ministra.
No entanto, para que o financiamento seja bem empregado, é necessária definição prévia de resultados e do modelo de gestão de renda que foi proposto. “Para que a geração de renda do BID seja sustentável, a parcela dos resultados que se espera destinar ao reforço de capital deve ser definida antes das parcelas destinadas a sua distribuição”, acrescentou.