Energia nuclear: novas usinas deverão fazer frente ao crescimento da demanda por energia elétrica (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2014 às 16h58.
Rio de Janeiro - O Brasil precisará de pelo menos oito novas usinas nucleares de 1.000 megawatts cada a partir de 2025 para fazer frente ao crescimento da demanda por energia elétrica e ao esgotamento do potencial de hidrelétricas com grandes reservatórios, disse o presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (), Antonio Miller, nesta sexta-feira.
Segundo ele, este é um cenário conservador apontado por um estudo contratado pela entidade junto à Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP).
Miller afirmou que as oito usinas nucleares teriam que ficar prontas até 2040, considerando um cenário conservador de haver no setor apenas investimentos públicos. Mas o estudo aponta que poderiam ser construídas 23 unidades, caso o setor privado participe também dos investimentos.
O estudo foi entregue às equipes dos três principais candidatos à presidencia da República, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB).
"Ninguém vai se pronunciar agora sobre o assunto, no meio da eleição. Esperamos (uma discussão) para o ano que vem, quando alguém assumir o mandato", disse Miller.
"Entendemos que há uma boa vontade para discutir a energia nuclear no país", afirmou ele, defendendo abertura do mercado de energia nuclear para empresas privadas poderem atuar na construção e operação das usinas.
A Eletronuclear é atualmente a única empresa autorizada a construir e operar térmicas nucleares no país, que conta com as centrais Angra 1 e Angra 2 e está construindo Angra 3 com previsão de término em 2018. A potência de Angra 1 é de 640 MW e da usina de Angra 2 é de 1.350 MW.
Angra 3 terá 1.405 MW e na segunda-feira a Eletronuclear, subsidiária da estatal Eletrobras, afirmou que o orçamento para conclusão da usina foi aumentado em 13 por cento, para 13,9 bilhões de reais.