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Para crescer, Brasil precisar "tirar bode da sala"

Segundo especialistas, grandes instituições não facilitam o investimento - e isso explica por que o Brasil nunca alcança os países desenvolvidos


	André Lahóz, diretor da revista EXAME, Alexandre Rands, César Borges, ministro-chefe da Secretaria de Portos e João Manuel Pinho de Mello, professor do Insper
 (Alexandre Battibugli/ EXAME)

André Lahóz, diretor da revista EXAME, Alexandre Rands, César Borges, ministro-chefe da Secretaria de Portos e João Manuel Pinho de Mello, professor do Insper (Alexandre Battibugli/ EXAME)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2014 às 07h23.

Rio de Janeiro - Quando se trata de infraestrutura, a sensação é a de que o Brasil está sempre correndo atrás dos países desenvolvidos e nunca chegando perto.

Uma rápida olhada em alguns números explica o sentimento:  enquanto os países da OCDE investem 3% de seus PIBs em ferrovias, o Brasil investe 0,03%.

João Manoel Pinho de Mello, professor do Insper, afirma que  para superar essa diferença é preciso primeiro "tirar o bode da sala". No caso dos projetos de infraestrutura, o "bode" são os riscos - principalmente os regulatórios, segundo o professor. 

"O problema é o risco que as instituições, de maneira geral, não facilitam o investimento", disse Mello, que participou de debate no EXAME Fórum Infraestrutura. "Por muito tempo, o governo afungentou o investimento privado e isso agora tem um preço alto", disse. 

Também presente no debate, César Borges, ministro-chefe da Secretaria de Portos da Presidência da República, reconheceu que órgãos reguladores dificultam os investimentos até do próprio governo.

"A BR-316, que liga Porto Velho a Manaus, já existe, já foi pavimentada e o Ibama não permite que a gente faça nem a conservação. Ela está sendo destruída. Como que a população de Porto Velho vai chegar ao resto do país? Só por ar ou rio agora", disse. 

Ajuste fiscal 

Para Alexandre Rands, um dos assessores de Marina Silva na área econômica, o próximo presidente terá que fazer um ajuste fiscal "grande" em nome do enfrentamento do baixo crescimento econômico. Ajustes de preços de gasolina e energia, hoje represados pelo governo, também devem entrar no pacote. 

Feito isso, segundo ele, o Brasil deve crescer a taxas razoáveis. "Não esperem em 2016 nada como 5 ou 6 por cento, porque não há condições para isso", afirmou. 

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