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Publicado em 14 de julho de 2024 às 17h57.
“É sobre a gente olhar para o espelho, reconhecer que temos um déficit de cidadania e precisamos evoluir”, afirma o empreendedor social Gabriel Marmentini.
Para ele, a saída é a educação política. É por isso que ele se dedica a essa pauta na Politize!, organização suprapartidária da sociedade civil que promove a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a democracia através da educação política.
Marmentini defende que a transformação de indivíduos em cidadãos é um processo que ocorre quando a sociedade se engaja, faz sua voz ser ouvida e passa a querer resolver problemas públicos.
A entrevista sobre os desafios e benefícios da educação política no País foi promovida pelo Canal UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Essa é a segunda entrevista de Gabriel Marmentini ao Canal UM BRASIL. Em setembro de 2022, ele participou de um debate sobre educação política com Ana Costa, vice-presidente jurídica da Natura&Co América Latina.
Marmentini defende que a educação política não é voltada apenas para a política institucional, para parlamentares e assessores, por exemplo. Ela é útil e necessária em qualquer âmbito da sociedade.
Para o diretor-presidente da Politize!, as empresas só têm a ganhar com a educação política. A formação de indivíduos em cidadãos transforma positivamente o ambiente de trabalho.
“Um funcionário mais capacitado, mais cidadão e não um indivíduo, com certeza vai gerar benefícios para o seu dia a dia de trabalho, com mais competência técnica, capacidade de diálogo, interesse pelo bem público, capacidade de trabalhar em equipe, de saber ouvir melhor”, explica Marmentini.
Para ele, a dinâmica das empresas, que envolve equipes, metas, processos, códigos e regras, tem tudo a ver com as competências tratadas no âmbito da formação política.
“Tem “n” competências que a gente trata mais na Politize!. Cidadania, política e democracia são boas para o ser humano. E o ser humano trabalha em uma organização X, Y ou Z”, justifica.
“Muita gente dentro desses espaços que precisa do que a gente faz. Só que a gente precisa ser convidado para esses espaços. A gente precisa ser visto como parte da solução”, explica, em referência ao trabalho realizado pela Politize!
Marmentini acredita que a penetração da educação política em organizações privadas, com fins lucrativos, não é simples. Para ele, outras agendas acabam ganhando mais espaço.
“Acho que determinadas agendas têm uma penetração mais fácil, são mais fáceis de convencer. É mais sabido que o problema público existe e, portanto, a empresa faz um papel, tanto de filantropia ou de trazer ações programáticas para os seus colaboradores”, afirma.
Após quase uma década dedicada à educação política, Marmentini avalia que poucas organizações têm agendas voltadas a essa pauta institucionalmente.
“Acho que tem um amadurecimento ainda a ser feito das organizações privadas, voltadas ao lucro, de entrar nesse mundo da educação política com mais segurança, tranquilidade e interesse mesmo”, conclui.