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Brasil precisa melhorar muito a questão ambiental, diz Doria

Governador de São Paulo afirmou que o governo federal deve melhorar na questão ambiental "porque os investidores internacionais estão atentos"

Doria: "Aqui não temos 01, 02, 03, 04 ou 05", afirmou o governador em referência aos filhos do presidente Bolsonaro (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

Doria: "Aqui não temos 01, 02, 03, 04 ou 05", afirmou o governador em referência aos filhos do presidente Bolsonaro (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 17h20.

Última atualização em 28 de janeiro de 2020 às 17h22.

São PauloEm mais uma tentativa de se contrapor ao presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 28, em evento do banco Credit Suisse, na capital paulista, que o governo federal "precisa melhorar muito a questão ambiental".

Doria, contudo, buscou mostrar alinhamento com a política econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao fazer elogios à atuação dele, em especial em Davos, na Suíça, onde os dois estiveram neste ano. "A expectativa em Davos (sobre o Brasil) já não é mais a de janeiro do ano passado, quando Bolsonaro foi lá. Eu não vou comentar a palestra dele lá, mas o Guedes endereçou muito bem os temas da economia. Deixou mensagem bastante positiva", disse.

"Mas, para não omitir, o Brasil tem de melhorar muito na questão ambiental, a nossa performance, porque os investidores internacionais estão atentos", afirmou o governador de São Paulo, que citou o anúncio da BlackRock de que pretende priorizar empresas com políticas ambientais.

Doria, em seguida, afirmou que São Paulo tem bons resultados em questões ambientais e uma boa relação com as organizações não governamentais (ONGs) de meio ambiente, que desde a crise da Amazônia, em 2019, estão em conflito com Bolsonaro. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi secretário do Meio Ambiente do Estado entre 2014 e 2017, na gestão do então governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Doria alfinetou, novamente, o presidente, quando disse que a sua gestão não perde tempo com fofoca nem com rede social. "Aqui não temos 01, 02, 03, 04 ou 05", afirmou, em referência aos três filhos políticos de Bolsonaro, Flávio, Carlos e Eduardo, apelidados, respectivamente, de 01, 02 e 03.

Reformas

O governador de São Paul elogiou o trabalho do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e disse acreditar que as reformas tributária e administrativas serão votadas este ano no Congresso. "Ambas serão votadas este ano. A perspectiva é de aprovação da tributária e da administrativa", comentou, em evento do Credit Suisse. "E há liderança muito clara do Maia, que precisa ser exaltado", acrescentou.

Na visão de Doria, a reforma tributária será "'simplificante' e boa para a economia".

Além disso, o governador acredita que a tributária será priorizada pelo Congresso. A administrativa, ele disse, deve ser conduzida na sequência.

Aumento de impostos

Doria disse também que não pretende, durante o mandato, fazer qualquer aumento de imposto, "por pior que seja a situação de caixa". "Sou um liberal, mas não sou liberal para aumentar imposto. Sou liberal para reduzir ou zerar imposto", comentou, ao citar o exemplo do querosene de aviação, que teve a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) diminuída em 2019.

Obras paradas

O governador do São Paulo afirmou que o Estado se organiza para retomar até julho todas as obras paradas do metrô e monotrilho. Além disso, comentou que as obras do Rodoanel voltarão à ativa também até o meio do ano.

"Todas as linhas de metrô e monotrilho que estão paralisadas serão retomadas este ano. Rodoanel também será retomado este ano. Até julho o Rodoanel retoma. São Paulo não terá, a partir de julho, nenhuma obra parada", afirmou Doria.

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