Segundo Coutinho, indícios de concorrência desleal no comércio vêm aparecendo (Marcello Casal Jr/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2010 às 14h26.
São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que num contexto de guerra cambial internacional o País precisa redobrar a atenção para "evitar um movimento de desindustrialização". Durante palestra na Fiesp, ele disse "não podemos jogar a toalha e aceitar o esvaziamento de cadeias produtivas, aceitar que uma explosão de importados, de componentes esvazie por dentro, especialmente na indústria de bens de capital, indústria mecânica, as nossas cadeias industriais. É preciso proteger o valor agregado".
Coutinho destacou que "estão aparecendo indícios de importações crescendo de forma explosiva com indícios de concorrência desleal" e citou como exemplo alguns segmentos fabricantes de equipamentos referindo-se em especial ao ingresso no País de componentes industriais. "Isso requer medidas de defesa comercial típicas. Agora a iniciativa tem de partir do setor privado", disse.
Ainda de acordo com o presidente do BNDES, as empresas prejudicadas pela concorrência desleal devem acionar mecanismos de defesa antidumping previstos pela Organização Mundial do Comércio (OMC). "Não podemos ser ingênuos. Temos de proteger minimamente a competitividade (das empresas) e as condições de emprego no Brasil", declarou após participar de evento na Fiesp sobre inovação produtiva.
Segundo ele, o Brasil não pode correr o risco de registrar déficits comerciais "tolos" de alguns setores produtivos, sem mencionar quais seriam esses setores. De acordo com o diretor da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, a balança comercial da indústria do País deve apresentar um déficit de US$ 59 bilhões em 2010, que subirá para US$ 80 bilhões no próximo ano.