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Brasil pode sofrer apagão de vacinas nas próximas semanas, diz Conass

Carlos Eduardo Lula, presidente do conselho, destacou a incerteza de chegada de doses e a dificuldade de importação de insumos da China

Vacina: a avaliação foi dada um dia após o Brasil registrar novo recorde de mortes pela doença, com 4.211 registros de vítimas em 24 horas (Pedro Nunes/Reuters)

Vacina: a avaliação foi dada um dia após o Brasil registrar novo recorde de mortes pela doença, com 4.211 registros de vítimas em 24 horas (Pedro Nunes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de abril de 2021 às 10h47.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário estadual de Saúde do Maranhão, Carlos Eduardo Lula, avalia que o Brasil corre o risco de sofrer um apagão de vacinas nas próximas semanas. Entre os motivos para a falta de imunizantes, o presidente do conselho destacou, em entrevista à rádio CBN, a incerteza de chegada das doses prometidas pelo Ministério da Saúde e dificuldade de importação de insumos da China pelo Instituto Butantan.

A avaliação foi dada um dia após o Brasil registrar novo recorde de mortes pela doença, com 4.211 registros de vítimas em 24 horas. O secretário disse que o Brasil hoje sofre com decisões erradas do passado. "A gente apostou mal, a gente rejeitou vacinas e agora não tem vacina suficiente para o Brasil. A gente tinha condição de ter começado a vacinar em novembro do ano passado", afirmou.

Carlos Eduardo Lula informou também que em dez Estados os estoques de medicamentos para a intubação de pacientes acometidos pela covid-19 devem acabar em pouco mais de uma semana. Segundo o secretário, bloqueadores neuromusculares estão em falta em 14 Estados e sedativos em falta ou com baixa cobertura em 11 Estados. O secretário afirmou que a falta de medicamentos afeta tanto o setor público quanto o privado.

Sobre a proposta em tramitação no Legislativo nacional que autoriza a compra de vacinas pelo setor privado, Carlos Eduardo disse que o texto cria uma competição entre o Sistema Único de Saúde (SUS) - e as vacinas que seriam dadas para o grupo de risco e setores prioritários como professores, policiais e médicos - e empresas privadas. Para o presidente do Conass, a medida é um "equívoco", "absurdo" e "não tem sentido".

"A desfaçatez é tanta - e a gente fica muito chateado com isso - que chegou a ter uma cláusula que as empresas teriam isenção no imposto de renda para comprar essas vacinas, ou seja, não só íamos permitir um 'fura-fila' institucionalizado, como também toda a sociedade ia ter que arcar com o custo das empresas", completou. O texto-base da proposta foi aprovado ontem na Câmara. Nesta quarta, os deputados analisam destaques apresentados ao texto.

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