Jorge Viana, presidente da Apex, durante entrevista ao Macro em Pauta em 2023 (EXAME/Exame)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 25 de setembro de 2023 às 19h31.
Última atualização em 25 de setembro de 2023 às 19h58.
O Brasil não precisa fazer uma transição diretamente do carro a gasolina para os veículos elétricos, e assim aproveitar seu potencial para fabricação de biocombustíveis, como o etanol, avalia Jorge Viana, presidente da Apex-Brasil.
"O Brasil tem etanol, tem biocombustíveis, e não precisa fazer a transição direto pro carro elétrico. A Europa, a Alemanha, estão fazendo [a transição] para o carro elétrico, mas estão importando energia a carvão e abastecer o carro elétrico e não estão reduzindo emissões. Estão vivendo de adiar o problema", disse Viana, durante entrevista ao programa Macro em Pauta, da EXAME.
"O Brasil não, com carro flex, carro híbrido, vamos poder fazer uma transição, tirando gases de efeito estufa da atmosfera e parando de emitir, porque plantando árvores vamos conseguir retirar CO2 da atmosfera. Se fizermos uma transição via carro híbrido, isso gera mais emprego e mais divisas para o Brasil.", prosseguiu.
Viana também defendeu o aumento do percentual de etanol na gasolina vendida nos postos brasileiros, ideia que já foi citada por outras autoridades do governo Lula nos últimos meses.
"Podemos aumentar a participação do etanol na gasolina para diminuir a importação, porque o preço da gasolina e o preço do óleo diesel aumentaram porque o governo passado fez o Brasil ficar exportando óleo e importando derivados de petróleo. Isso é uma coisa burra. O Brasil agora precisa terminar de fazer as refinarias e ter derivados de petróleo para o seu consumo na transição para uma energia pos-combustivel fóssil e nesse período aumentar a participação de biocombustível na composição da energia da mobilidade", disse Viana.
A Apex tem como missão aumentar as exportações brasileiras e possui vários postos no exterior. Viana disse ainda considerar que o Brasil está em um bom momento no cenário internacional, e que a projeção de uma imagem de unidade política, como a proximidade entre o presidente Lula e os líderes da Câmara e do Senado, tem ajudado a atrair investimentos.
Veja abaixo a íntegra da entrevista: