Brasil

Brasil pede a Venezuela que suspenda Constituinte após plebiscito

Segundo monitores que acompanharam o plebiscito, mais de 7 milhões de venezuelanos votaram em um referendo não oficial realizado pela oposição

Venezuela: "O governo brasileiro exorta as autoridades venezuelanas a cancelarem a convocação de uma Assembleia Constituinte" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Venezuela: "O governo brasileiro exorta as autoridades venezuelanas a cancelarem a convocação de uma Assembleia Constituinte" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 17 de julho de 2017 às 18h03.

São Paulo - O governo brasileiro fez um apelo nesta segunda-feira às autoridades venezuelanas para que suspendam a convocação de uma Assembleia Constituinte e afirmou que o plebiscito realizado no domingo pela oposição venezuelana mostrou o desejo da maioria da população do país vizinho pelo restabelecimento do Estado democrático de Direito no país.

"O governo brasileiro considera que o elevado nível de participação no plebiscito organizado ontem, dia 16, pela Assembleia Nacional foi mostra inequívoca da vontade do povo venezuelano de pronta restauração do estado democrático de direito no país", disse o Ministério das Relações Exteriores em nota.

"O governo brasileiro exorta as autoridades venezuelanas a cancelarem a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, cujas regras violam o direito ao sufrágio universal e o próprio princípio da soberania popular", acrescenta o documento, que também condena o incidente violento registrado em Caracas durante a votação do plebiscito, no qual uma mulher foi assassinada por um homem armado.

Segundo monitores que acompanharam o plebiscito, mais de 7 milhões de venezuelanos votaram no domingo em um referendo não oficial realizado pela oposição para pressionar o presidente Nicolás Maduro e repudiar seu plano de reescrever a Constituição do país.

O plebiscito simbólico teve como objetivo atacar a legitimidade de Maduro em meio a meses de protestos antigoverno que mataram quase 100 pessoas e a uma incapacitante crise econômica que deixou milhões de pessoas passando por dificuldades para conseguir alimentos.

Maduro, de 54 anos, desprezou o referendo de domingo como inconstitucional e está fazendo campanha por uma votação no dia 30 de julho para criar um novo órgão legislativo que teria o poder de reescrever a Constituição e dissolver instituições estatais.

Na nota o Itamaraty disse ainda que "o Brasil espera que a vontade popular expressa na consulta inspire a busca de uma negociação efetiva a favor da paz e da democracia na Venezuela".

Acompanhe tudo sobre:BrasilDiplomaciaNicolás MaduroOposição políticaVenezuela

Mais de Brasil

Secretário-geral da ONU pede "espírito de consenso" para G20 avançar

Paes entrega a Lula documento com 36 demandas de prefeitos do U20

Varredura antibomba e monitoramento aéreo: chegada de chefes de Estado para o G20 mobiliza segurança