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Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2014 às 13h31.
São Paulo - O ministro da Educação, Henrique Paim, reconheceu que o Brasil paga um "preço muito alto" por ter despertado tardiamente para a educação. Diante desse cenário, ele defendeu que resta ao país recuperar o tempo perdido.
"Temos de trocar o pneu com o carro andando", afirmou durante fórum que discute o Plano Nacional da Educação (PNE), da série Estadão Brasil Competitivo, nesta terça-feira, 19, em São Paulo. O ministro ressaltou que o governo tem feito esforço para melhorar o desempenho da área e destacou que o país tem avançado.
Entre os avanços, Paim destacou três que considera chave. O primeiro, listou, foi ter construído um sistema estatístico nacional, que, segundo ele, é um dos mais modernos do mundo, com cadastro atualizado anualmente.
Outro elemento é a avaliação. Ele destacou que, mesmo num país com diversidade grande e com modelo de educação descentralizado, hoje é possível medir o desempenho dos estudantes desde a escola até a universidade.
O terceiro avanço destacado por ele foi ter construído um padrão de financiamento de gestão para a educação brasileira. Como exemplo, citou a diminuição da diferença do valor/aluno entre os estados do Maranhão e Paraná.
"Antes, 30% do valor aluno do Maranhão correspondia ao valor do Paraná. Hoje, estamos em 80%", explicou. Ele reconheceu, contudo, que, apesar da melhora, ainda é possível avançar mais nessa área.
Em sua fala, o ministro destacou que o Plano Nacional de Educação (PNE) representa uma janela de oportunidade e um grande guia para que o país possa mudar a educação. Isso porque, de acordo com ele, é um plano diferenciado.
"Não é como o anterior, que só tratava de metas quantitativas. Esse trata não só de acesso, mas de qualidade e equidade, pontos importantes para que possamos avançar", afirmou.
Ele destacou que o grande desafio do plano agora é fazer o alinhamento do PNE com os planos estaduais e municipais de educação. De acordo com Paim, já houve um avanço na relação entre as universidades e a educação básica e o desafio agora é dar organicidade a essa relação.
Ensino Médio
Paim afirmou que os problemas pelos quais o ensino médio brasileiro passa são consequência da inclusão de 5 milhões de novos estudantes nos últimos anos. Ele garantiu, contudo, que essa etapa do ensino está passando por mudanças, mas que esse é um processo difícil.
"Até bem pouco tempo, quando o estudante saia do ensino fundamental e ia pro ensino médio, não tinha livro, lanche nem transporte escolar. Isso só mudou em 2010, com o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), quando construímos essa condição mínima de estudo", afirmou.
Ele ressaltou que, passada essa fase inicial, o governo já está discutindo com os governos estaduais, responsáveis pelo ensino médio, uma agenda mais avançada.
"Antes, nossa agenda era só de financiamento. Hoje já estamos discutindo currículo e valorização dos professores", contou, avaliando: "É um processo, é difícil, mas temos que avançar".
O ministro afirmou que o governo está trabalhando na formação de professores de língua inglesa e garantiu que está discutindo mudanças em relação à assistência estudantil.