O presidente da Fifa, Joseph Blatter, conversa com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo: "a Copa é muito forte e se auto-protege" (REUTERS/Sergio Moraes)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2014 às 14h47.
Brasília - O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, garantiu nesta quinta-feira que a Copa do Mundo que será realizada no país será a "mais segura" da história e minimizou a possibilidade de que se repitam os protestos que marcaram a Copa das Confederações em 2013.
"A grande manifestação será a realização da Copa, porque no futebol o que importa é o próprio futebol", declarou o ministro em entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros em Brasília.
Segundo Rebelo, os maciços protestos de junho "não foram contra a Copa das Confederações, mas por melhores serviços públicos e próprios de uma sociedade democrática".
Admitiu, no entanto, que há pequenos "grupos interessados em perturbar a Copa" e disse que se as manifestações pacíficas serão legítimas, mas se recorrerem à violência serão contidas pela polícia, dentro dos limites legais.
"Se houver manifestações, serão mínimas", insistiu o ministro, que reconheceu que, em segurança, existem diversas áreas que preocupam as autoridades.
Entre elas, citou o estímulo que pode significar para grupos terroristas a realização de um evento desse porte, mas lembrou que o Brasil não tem um histórico de terrorismo. Apesar disso, admitiu que "preocupa o crime do dia a dia, situação na qual, infelizmente, o Brasil tem uma estatística preocupante".
Também se referiu à possibilidade de torcedores violentos de outros países desafiarem a segurança do Mundial, mas minimizou o risco ao lembrar que as autoridades "trabalham" em coordenação com outros governos para impedir essa situação.
Rebelo disse haver "uma campanha contra o Mundial de setores desesperados e parte da imprensa", mas insistiu que será "a Copa do Mundo mais segura" da história, que será realizada em um país "pacífico, sem antecedentes de terrorismo, sem enclaves, e sem um "apartheid" étnico".
Para o ministro, "a Copa é muito forte e se auto-protege, pois o futebol é uma plataforma de inclusão, universal e do povo".
Em relação à demora nas obras de alguns estádios, como em São Paulo, Curitiba e Cuiabá, disse que as "dificuldades são visíveis", mas apontou que também "os avanços são satisfatórios" e reiterou sua convicção de que estarão prontos nas próximas semanas.
Segundo ele também não haverá problemas com a capacidade hoteleira e citou projeções oficiais, que mostram uma expectativa de ocupação que varia entre 50% em Cuiabá a 90% no Rio de Janeiro.
Aeroportos e companhias aéreas do país responderão ao aumento da demanda esperada entre junho e julho, quando devem chegar ao país 600 mil turistas estrangeiros atraídos pelo Mundial.
Como exemplo, indicou que no carnaval, só no Rio de Janeiro, em Salvador e em Recife houve um movimento de seis milhões de turistas, muito superior ao esperado para o evento da Fifa.
"A capacidade aeroportuária supera a demanda atual, embora haja alguns problemas de operação que devem ser resolvidos, mas não só por causa da Copa, mas pelo país", declarou.
Para atender as delegações oficiais e as seleções, o governo pode colocar à disposição uma ampla rede de terminais militares para desafogar as operações nos aeroportos civis.
O ministro reconheceu que toda a organização da Copa "poderia ter sido melhor", mas apontou com ironia que o Brasil "não tem a infraestrutura de Alemanha, França e Inglaterra, mas também não foi um império colonial".
Sobre o possível resultado estritamente esportivo do torneio, disse que "a hipótese de o Brasil não ganhar a Copa não está contemplada".
"O Brasil tem uma excelente seleção, formada por um grupo jovem e ambicioso, que quer ganhar em seu país, que terá o apoio de sua torcida e conta com um treinador de grande experiência, Luiz Felipe Scolari", disse o ministro, mostrando seu lado torcedor.
Também descartou que aconteça outro Maracanazo, quando a seleção foi derrotada pelo Uruguai em 1950, em pleno Maracanã, por 1-2 e ficou com o título.
"Não olhemos para trás. O Maracanazo foi uma tragédia futebolística, mas um raio não cai duas vezes no mesmo lugar", afirmou.