São Paulo - Para compensar as emissões de carbono geradas por construções, viagens e outras atividades relacionadas à Copa do Mundo de futebol, o Ministério do Meio Ambiente divulgou nesta terça-feira um programa para convencer os detentores de créditos de carbono apoiados pela Organização das Nações Unidas a trocá-los por publicidade durante o torneio.
Com um gasto de 26 bilhões de reais com preparativos para o Mundial, que começa em junho, o Brasil não tem planos de comprar métodos de compensação no mercado, mesmo com os preços do carbono nos níveis mais baixos da história.
"Conversamos com alguns desses detentores de créditos e eles estavam abertos à ideia de doá-los", disse Eduardo Valente, funcionário envolvido no programa.
O governo só irá aceitar Reduções Certificadas de Emissões(RCE) de projetos sediados no Brasil que pertençam ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Organização das Nações Unidas (ONU).
As empresas que decidirem se juntar ao programa terão que preencher um requerimento de cancelamento voluntário das RCEs junto ao comitê executivo do MDL.
O Brasil e a Fifa têm projeções diferentes da abrangência do carbono da Copa do Mundo.
A Fifa se concentra sobretudo nas viagens de funcionários e espectadores, antes e durante o evento. O governo brasileiro inclui em seus cálculos todo o trabalho de construção, tanto nos estádios quanto em projetos de infraestrutura.
Ambos prometeram compensar as emissões do torneio, mas a Fifa planeja comprar os créditos.
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1. Hora do jogo
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1/10 (Nike/Divulgação)
São Paulo - Seis meses antes que as 32 seleções cheguem ao Brasil para a Copa do Mundo de 2014, o jogo já começou para as marcas que querem aproveitar a visibilidade do evento. Para os patrocinadores e apoiadores da Fifa e da CBF, a vitrine já está garantida. Para ser um parceiro da Federação Internacional de Futebol, estima-se que o valor médio pago seja de R$ 150 milhões. Com a seleção brasileira, o contrato é avaliado em R$ 23 milhões, segundo especialistas. Há ainda as marcas que querem associar seus produtos mesmo sem patrocínio Para fazer valer cada centavo de investimento, muitas estratégias de marketing já entraram no jogo desde cedo. Confira quem já entrou em campo.
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2. Nike
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Patrocinadora da CBF desde 1995, a Nike lançou o primeiro comercial para promover o apoio à equipe canarinho na Copa do Mundo ainda em dezembro. Batizada de “Ouse Ser Brasileiro”, a campanha tem como protagonistas cinco jogadores da equipe de Felipão: Neymar, Thiago Silva, Paulinho, David Luiz e Bernard, além de participações especiais. Sem revelar números, a empresa confirma que a iniciativa será o maior investimento publicitário da marca no Brasil até hoje.
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3. Adidas
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Ao lado da Fifa desde 1970, a Adidas assina a Brazuca, a bola oficial da competição. Para lançar o produto, a marca divulgou um comercial protagonizado por diversas estrelas do esporte, brincando com o que seria o ponto de vista da própria bola. Segundo a empresa, a criação do produto envolveu quase 3 anos de testes, com 600 jogadores profissionais, e é feita através de uma estrutura simétrica de seis painéis que possibilitam estabilidade em campo.
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4. LG
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A marca, que não pode utilizar nenhuma das propriedades oficiais da FIFA e CBF, investiu R$40 milhões em sua maior campanha institucional no país no fim do ano passado. Desenvolvida pela agência Y&R, "Sua Arena LG" é estrelada pelo cantor Seu Jorge, o mais novo embaixador da marca no país, e conta com um videoclipe dirigido pelo cineasta americano Spike Lee. O vídeo, num primeiro momento, foi veiculado no YouTube e nas redes sociais, e ganhará versões para a TV.
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5. Itaú
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O Itaú, banco oficial da Copa do Mundo e da seleção, renovou patrocínio até 2022 com a CBF, incluindo o período da Copa do Mundo da Rússia e do Qatar. Em dezembro, a marca lançou o comercial “Grande Transformação”, no qual o Brasil vai se alterando geograficamente, enquanto é “abraçado” pelas estruturas de um estádio de futebol. O banco acabou de anunciar também a promoção Arquibancada Itaú, que distribuirá pares de ingressos para os jogos a correntistas e donos de poupança até o dia 18 de março.
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6. Visa
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Parceira da Fifa desde 2007, a Visa lançou em dezembro uma campanha focada no torneio. Criada pela AlmapBBDO, o filme é norteado pelo mote “Todos são bem vindos”, em referência aos estrangeiros que virão ao Brasil para acompanhar o mundial. Para mostrar que todos inclui até mesmo aqueles que um dia foram rivais, o comercial tem a participação dos ex-jogadores Paolo Rossi e Zinedine Zidane, carrascos da seleção canarinha em edições anteriores.
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7. Garoto
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7/10 (Divulgação)
A patrocinadora está investindo cerca de R$ 200 milhões em ações de marketing para a competição, e durante os jogos a Garoto terá exclusividade na venda de chocolates e sorvetes nos estádios. No fim de 2013, a marca lançou o chocolate oficial do torneio, cuja receita foi escolhida em concurso no Facebook. O vencedor tem sabor castanha de caju e caramelo ao leite, em tabletes de 26 gramas, e o mascote Fuleco na embalagem.
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8. Sundown
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Protetor solar oficial da Copa, o Sundown lançou a promoção Copa do Sol, que também investiu no sorteio dos concorridos ingressos. Até o dia 31 de janeiro, a marca aceita inscrições de consumidores. "O evento e a marca estão muito ligados pela paixão que o povo tem pela diversão, pelo esporte e pela vida ao ar livre", reforça o gerente de mercado do produto, Eduardo Siqueira.
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9. Brahma
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A marca é patrocinadora oficial da seleção brasileira desde 1994 e tem o futebol inserido em sua estratégia de marketing no mercado. A cerveja oficial do evento já colocou o futebol como centro da sua comunicação desde o ano passado. Depois da campanha em tom otimista “Imagina a Festa”, a marca preparar para 2014 a ação “O futebol está voltando pra casa”, com comerciais que estream na segunda quinzena de janeiro e celebram o retorno da Copa ao país.
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10. Sony
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10/10 (Divulgação)
A Sony aposta no boom de televisores em alta definição, como os modelos 4K, para elevar as vendas de eletrônicos. Patrocinadora da Fifa desde 2007, a marca também investiu em uma promoção com sorteio de ingressos, a “
Você na Copa com a Sony”, que distribuirá 2 mil entradas a partir do dia 15 de janeiro. “A Sony oferecerá a melhor experiência na Copa dentro ou fora dos estádios”, defende Carlos Paschoal, diretor de marketing da empresa.
A Copa do Mundo de 2014 será sediada no número recorde de 12 cidades brasileiras, em estádios recém-construídos em 11 Estados brasileiros, mais o Distrito Federal.
Seleções, torcedores e funcionários da organização transitarão constantemente nas cidades, o que irá representar um aumento nas emissões de dióxido de carbono em comparação a eventos anteriores em países menores com menos estádios.
Algumas das arenas estão a mais de 5.000 quilômetros de distância umas das outras.
A projeção inicial da Fifa coloca o total de emissões em mais de 2,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e). As emissões da Copa anterior, na África do Sul, em 2010, ficaram em torno de 1,7 milhão de toneladas.
O governo brasileiro deve divulgar a sua primeira estimativa no mês que vem.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono (ABEMC), Ernesto Cavasin, disse que o programa de compensação é positivo, mas insuficiente.
"Não vi muito estímulo à redução de emissões durante os preparativos", afirmou.
"O Brasil deveria ter pressionado pela tecnologia verde em áreas como iluminação, manejo de resíduos e energia, e poderia usar os créditos destes projetos para neutralizar as emissões da Copa".