BONS DE CONTA: estudantes participam da Olimpíada Brasileira de Matemática que, este ano, teve 99,6% dos municípios inscritos – um recorde / Agência Brasil
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2016 às 05h08.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h35.
O Brasil certamente não é o país da educação, mas está virando a terra da matemática avançada. Em 2014, o carioca Artur Ávila foi o primeiro brasileiro a levar a Medalha Fields, o Nobel da área. Hoje, o matemático Marcelo Viana será consagrado com o Grand Prix Scientifique Louis D., o mais importante prêmio científico da França. O pesquisador receberá um prêmio de 450.000 euros – 10% para compartilhar com François Labourie, coautor da pesquisa na Universidade de Nice, e os outros 90% para dedicar aos estudos que desenvolvem no Rio de Janeiro, em parceria com a França.
Desde dezembro de 2015, Marcelo Viana é diretor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), mesma instituição a qual Artur Ávila está vinculado, no Rio. Essa não é a única semelhança entre os dois. Ambos estudam sistemas dinâmicos – conhecidos popularmente como a Teoria do Caos. É uma matemática abstrata, com resultados difíceis de prever, pois os fenômenos estão em constante evolução. São estudos importantes para campos como a meteorologia, por exemplo.
Não são só os prêmios que mostram que o Brasil tem ganhado importância científica. Em 2017, o país será sede da Olimpíada Internacional de Matemática e, em 2018, receberá o Congresso Internacional de Matemáticos, que só acontece a cada quatro anos. No congresso, que existe desde 1897 e é onde se entrega a Medalha Fields, reúnem-se os 5.000 mais importantes matemáticos do planeta.
Apesar das láureas nos cálculos avançados, o Brasil não passa na prova da matemática básica. Dentre os países da OCDE, a média na disciplina é 494, mas os alunos brasileiros fizeram apenas 391 pontos em 2012, quando foi feito o último relatório. Há (tímidos) avanços. O número de alunos que estava abaixo do nível de conhecimentos básicos em matemática caiu 18% em dez anos, entre 2003 e 2012. Que mais Ávilas e Vianas ajudem a mudar essa história.