Brasília - O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira que vai começar a medir a temperatura de passageiros provenientes de Libéria, Serra Leoa e Guiné, países da África Ocidental afetados pelo vírus ebola, ampliando as medidas que já vinham sendo implementadas para evitar a disseminação da doença.
Segundo informações divulgadas à imprensa, as ações começaram a ser adotadas no aeroporto de Garulhos, em São Paulo, na madrugada desta sexta, e incluem o fornecimento de informações sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), a necessidade de buscar atendimento médico, sintomas da doença, além da aferição da temperatura.
A febre é um dos sintomas da doença, que já matou cerca de 5.000 pessoas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Guiné, Libéria e Serra Leoa são os países mais afetados pelo surto do vírus.
"Trata-se do aprimoramento de ações que estão sendo discutidas com Estados e municípios e todos os órgãos envolvidos. Este novo monitoramento é uma abordagem fundamentalmente de informação", disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro, reafirmando que o risco de transmissão do vírus no Brasil é "baixíssimo".
"É necessário que eles (os passageiros) tenham a garantia de que poderão procurar gratuitamente o SUS, inclusive, já portando a ficha com informações da sua localidade de origem e se ainda encontram-se em período de incubação da doença."
O objetivo das medidas e do material de informação que será disponibilizado aos viajantes em quatro línguas é facilitar a comunicação entre o passageiros e os médicos, segundo o ministério, e ajudar na identificação de possíveis casos suspeitos de ebola.
A doença é transmitida por meio do contato com fluídos corporais de pessoas infectadas ou com o corpo ainda contagioso de alguém que morreu devido à doença. O vírus tem um período de incubação de 21 dias.
No Brasil, houve a suspeita, já descartada, de um paciente de 47 anos, que chegou ao país em 19 de setembro procedente de Guiné e que se declarou refugiado político.
O homem foi considerado um caso suspeito depois de ter recorrido a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Cascavel, no Paraná, após apresentar febre.
Posteriormente, foi internado em isolamento no Rio de Janeiro, mas os exames para o vírus deram negativo.
Um outro paciente chegou a ser colocado em isolamento em Foz do Iguaçu (PR) por suspeita de contaminação, descartada pouco depois após a Secretaria Estadual da Saúde do Paraná constatar que o homem, apesar de ter viajado a vários países, não esteve em nenhum local atingido pelo atual surto de ebola.
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1. Milhares de vítimas
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1/15 (John Moore/Getty Images)
O vírus ebola tem um índice de mortalidade de 70%. Ao lado da tragédia, o fotógrafo John Moore decidiu retratar os raros sobreviventes da doença na Libéria, o país mais afetado pela epidemia. Na foto, Jeremra Cooper, 16, enxuga o rosto do calor, enquanto espera na seção de baixo risco dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), em Paynesville, Libéria. O aluno da 8 ª série disse que perdeu seis familiares para a epidemia de Ebola antes de ficar doente e de ser enviado para o centro dos MSF, onde ele se recuperou após um mês.
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2. Mohammed Wah, 23
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2/15 (John Moore/Getty Images)
O trabalhador da construção civil diz que o Ebola matou cinco membros de sua família e que ele acha que contraiu a doença enquanto cuidava de seu sobrinho.
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3. Varney Taylor, 26
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3/15 (John Moore/Getty Images)
Perdeu três membros da família para a doença e acredita que contraiu Ebola enquanto carregava o corpo de sua tia após a morte dela.
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4. Benetha Coleman, 24
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4/15 (John Moore/Getty Images)
Seu marido e dois filhos morreram em decorrência da doença.
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5. Victoria Masah, 28
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5/15 (John Moore/Getty Images)
Seu marido e dois filhos morreram por causa do ebola.
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6. Eric Forkpa, 23
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6/15 (John Moore/Getty Images)
O estudante de engenharia civil, disse que acha que pegou ebola enquanto cuidava de seu tio doente. Ele passou 18 dias no centro dos MSF se recuperando do vírus.
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7. Emanuel Jolo, 19
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7/15 (John Moore/Getty Images)
O estudante do ensino médio perdeu seis membros da família e acredita que contraiu a doença enquanto lavava o corpo de seu pai, que morreu de Ebola.
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8. James Mulbah, 2
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8/15 (John Moore/Getty Images)
O garotinho posa para a foto enquanto é segurado pela mãe, que também se recuperou do ebola.
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9. John Massani, 27
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9/15 (John Moore/Getty Images)
Trabalhador da construção civil, ele acredita que pegou a doença enquanto carregava o corpo de um parente. Ele perdeu seis familiares por causa do ebola.
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10. Mohammed Bah, 39
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10/15 (John Moore/Getty Images)
Bah, que trabalha como motorista, perdeu a mulher, a mãe, o pai e a irmã para o ebola.
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11. Vavila Godoa, 43
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11/15 (John Moore/Getty Images)
O alfaiate diz que o estigma de ter tido Ebola é algo difícil. Ele perdeu todos os seus clientes devido ao medo. "Eles não vêm mais", afirma. Ele acredita que pegou Ebola enquanto cuidava de sua esposa doente.
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12. Ami Subah, 39
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12/15 (John Moore/Getty Images)
Subah, uma parteira, acha que pegou ebola quando fez o parto de um bebé de uma mãe doente. O menino, segundo ela, sobreviveu, mas a mãe morreu. Ela diz que não teve trabalho desde sua recuperação, devido ao estigma de ter tido Ebola. "Não me deixam nem tirar água do poço comunitário", afirma.
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13. Peters Roberts, 22
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13/15 (John Moore/Getty Images)
O aluno do 11º ano perdeu uma irmã, o tio e um primo para o Ebola. Ele acredita que contraiu a doença enquanto cuidava de seu tio.
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14. Anthony Naileh, 46, e Bendu Naileh, 34
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14/15 (John Moore/Getty Images)
Anthony disse que é um estenógrafo no Senado liberiano e planeja voltar a trabalhar na sessão de janeiro. Bendu, uma enfermeira, acha que pegou ebola após colocar as mãos em posição de oração ao rezar por um sobrinho que tinha a doença. Em seguida, ela adoeceu e seu marido cuidou dela.
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15. Moses Lansanah, 30
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15/15 (John Moore/Getty Images)
O trabalhador da construção civil perdeu sua noiva Amifete, com então 22 anos, que estava grávida de 9 meses do seu filho.