Fábio Faria e Elon Musk: SpaceX deve fornecer conectividade à Amazônia (Twitter/Reprodução)
Carla Aranha
Publicado em 16 de novembro de 2021 às 16h54.
Última atualização em 16 de novembro de 2021 às 17h19.
A parceria com a SpaceX, do bilionário Elon Musk, para levar internet à Amazônia, escolas rurais e áreas remotas no Brasil, já está acertada, disse o ministro Fábio Faria, das comunicações, em entrevista exclusiva à EXAME. Faria se reuniu nesta segunda, dia 15, à noite, com Musk no Texas, onde o empresário mora. Na manhã de ontem, o encontro foi com Gwynne Shotwell, presidente da SpaceX, na Califórnia, sede da companhia. “Está tudo acertado”, diz Faria. “As reuniões foram ótimas”.
A empresa deve utilizar sua mega constelação de satélites de baixa órbita para conectar locais remotos no Brasil, assim como já faz em outros 17 países. “Até o primeiro semestre do ano que vem, a conectividade já deve estar implementada na Amazônia, escolas rurais e outros locais atualmente sem acesso à internet”, afirma Faria.
A SpaceX possui hoje mais de 1.700 satélites de baixo custo que oferecem conectividade de alta velocidade e baixa latência. O acesso à internet é feito por meio de kits de recepção de sinal. A empresa pretende colocar mais 2.500 satélites em órbita no curto prazo, totalizando 4.200, até chegar a 30.000. Concorrentes como a britânica OneWeb, com a qual o ministro teve uma reunião no último dia 11 na Escócia, durante a COP26, a conferência mundial do clima, possuem uma abrangência menor, com 348 unidades.
O Ministério das Comunicações busca outras oportunidades com a SpaceX no segmento de telecomunicações. “Ainda não posso adiantar nada, mas estamos tratando de outros projetos”, diz Faria. Como parte dessas tratativas, Musk deve vir ao Brasil no início do ano que vem para uma viagem pela Amazônia ao lado do ministro.
A SpaceX já entrou com um pedido de licença junto à Anatel para operar no país. “O processo deve ser agilizado”, diz Faria. A OneWeb também procura obter registro para iniciar operações no país. Não é preciso licitação para projetos relacionados a satélites de baixa órbita, em até 2.000 quilômetros de altitude, segundo o Ministério das Comunicações.