Lula: com sua volta, o Brasil deve mudar de tom com Maduro, que parabenizou a vitória do petista em 30 de outubro contra Bolsonaro (Horacio Villalobos/Getty Images)
AFP
Publicado em 16 de janeiro de 2023 às 07h09.
O governo federal enviará uma missão à Venezuela esta semana para iniciar a reabertura da embaixada brasileira em Caracas, informou, neste domingo (15), o Itamaraty à AFP.
A missão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva parte esta semana e será chefiada pelo diplomata Flávio Macieira, ex-embaixador na Noruega, Panamá e Nicarágua, disse a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores.
O principal objetivo da visita será a avaliação do estado de três prédios em Caracas – a embaixada do Brasil, a residência do embaixador e o consulado – fechados há mais de dois anos durante o governo de Jair Bolsonaro.
A ordem é que sejam reabertos o mais rápido possível, segundo o responsável. Antes disso, “temos que ver as questões legais, logísticas e de pessoal local”, explicou.
"As relações entre as capitais foram restabelecidas desde 1º de janeiro, mas falta essa parte operacional."
Macieira atuará como encarregado de negócios do Brasil na Venezuela até que um novo embaixador seja nomeado, informou o funcionário do Itamaraty.
Jair Bolsonaro foi um dos mais de 50 líderes que reconheceram o líder da oposição Juan Guaidó como "presidente interino" da Venezuela em 2019, distanciando-se de Nicolás Maduro, sucessor do falecido líder de esquerda Hugo Chávez.
Então, em março de 2020, ordenou a retirada de todos seus diplomatas e funcionários brasileiros da Venezuela.
Com a volta de Lula ao poder, o Brasil deve mudar de tom com Maduro, que parabenizou a vitória do petista em 30 de outubro contra Bolsonaro.
A missão brasileira, composta por cerca de cinco pessoas, não definiu duração nem agenda para encontros com autoridades em Caracas. A avaliação de uma eventual visita de Lula à Venezuela também não está prevista no momento.
Durante o governo Bolsonaro, o Ministério das Relações Exteriores deu credenciais diplomáticas a uma deputada de Guaidó, María Teresa Belandria, que deixou o Brasil em dezembro.