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Brasil e Espanha disputam final em meio a protestos

Cerca de 5.000 manifestantes participaram da mobilização pacífica nos arredores do Maracanã


	Manifestante usa máscara de Guy Fawkes e se cobre com bandeira brasileira em protesto nos arredores do Maracanã
 (REUTERS/Lunae Parracho)

Manifestante usa máscara de Guy Fawkes e se cobre com bandeira brasileira em protesto nos arredores do Maracanã (REUTERS/Lunae Parracho)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2013 às 18h11.

Brasil e Espanha disputam neste domingo a final da Copa das Confederações no estádio do Maracanã, que também pode ser o palco de novas manifestações e confrontos com a polícia.

Cerca de 5.000 manifestantes participavam da mobilização nas vizinhanças do estádio, em um protesto inicialmente pacífico, segundo a polícia. O clima da manifestação é festivo, com batucadas e cantorias, constatou a AFP.

A marcha teve início sete horas antes do início da partida e conseguiu chegar a 100 metros de distância do estádio, mas foi bloqueada por batalhões da polícia.

Mais tarde, outros 3.000 manifestantes, segundo a polícia, iniciaram o mesmo percurso em um segundo protesto, poucas horas antes do início da partida.

Os cartazes exibidos pelos manifestantes, em sua maioria jovens, defendiam várias causas: "Parem com o genocídio de indígenas", "Asilo político a Assange" e "Unfair players", em referência ao lema "fair play" da Fifa.

Entre os manifestantes da caminhada também se encontravam vários indígenas expulsos da 'Aldeia Maracaná', que estava instalada no antigo Museu do Índio em ruínas, ao lado do estádio reformado.

"Somos contra a privatização do estádio e dos despejos forçados sob o argumento do Mundial 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016", afirmou Renato Cosentino, porta-voz do Comitê Popular da Copa, um dos principais movimentos que convocaram o protesto.

Cerca de 11.000 policiais - 6.000 policiais militares, mais integrantes da Força Nacional, a polícia federal e civil e a Guarda Municipal - decretaram um perímetro de segurança em torno do Maracanã para garantir o evento.

Patriotismo

Centenas de manifestantes prepararam os cartazes em uma praça do bairro da Tijuca, a 1,5 km do estádio, aos gritos de "Fifa, paga minha tarifa!" e "O Maraca é nosso!".

"Pelo fim da imunidade parlamentar", dizia um dos cartazes.

"Estou aqui por patriotismo, por mais educação, saúde e transporte, por menos futebol", explica Nelson Couto, de 69 anos, usando as cores verde e amarela dos pés à cabeça.

Camelôs vendem bandeiras do Brasil a 10 reais e cornetas a 2,5. Um manifestante distribui panfletos que explicam o que fazer em caso de tumulto ou caso a polícia lance gases lacrimogêneos.

A polícia convidou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a procuradoria federal e estatal a acompanhar o esquema de segurança.

A presidente Dilma Rousseff, que foi vaiada no jogo de abertura do torneio em 15 de junho passado, junto ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, não tem previsto assistir a final.


Um pequeno protesto pacífico transcorreu diante do estádio Arena Fonte Nova, na Bahia, onde foi disputada a partida pelo terceiro lugar da Copa, entre a Itália e o Uruguai.

Mais de um milhão de brasileiros foram às ruas em todo o país no dia 20 de junho nas maiores manifestações realizadas em duas décadas, indignados frente à alta dos preços do transporte público, a corrupção da classe política e os gastos milionários na Copa das Confederações no Mundial de 2014.

O maior protesto aconteceu no Rio, onde se congregaram pacificamente 300.000 pessoas. Ao final do protesto, como aconteceu em outras mobilizações, um grupo de vândalos e bandidos enfrentou a polícia e protagonizou saques e destruição dos bens públicos, com um saldo de dezenas de feridos.

Popularidade em baixa

A popularidade da presidente Dilma caiu 27 pontos após as manifestações populares, segundo uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada no sábado.

A popularidade do governo Dilma caiu de 57% a 30% desde a primeira semana de junho, impactada pelos grandes protestos nas ruas, que exigiram melhores serviços e o combate à corrupção.

Ela se mantém como favorita para as eleições de outubro de 2014, mas deverá disputar o segundo turno.

A queda de 27 pontos é a maior para um presidente exercício desde 1990, quando Fernando Collor de Mello ordenou o confisco da poupança dos brasileiros, segundo o jornal Folha de São Paulo, que divulgou a pesquisa.

"Isso fragiliza ainda mais a presidente porque reforça a pressão dos aliados e também da oposição, que tentará tirar proveito. É o pior cenário possível (...) Dilma já não é a presidente forte de há alguns meses", comentou o analista político André César, da consultora Prospectiva.

A presidente reagiu com tranquilidade e está disposta a trabalhar mais para responder às demandas das ruas, afirmou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

Dilma lançou na semana passada um plano para convocar um plebiscito que leve a uma reforma política, apresentada como um antídoto para as más práticas políticas e a corrupção, e que adotaria novas regras para o financiamento de campanhas eleitorais e do sistema de votação.

As centras sindicais já anunciaram uma dia de mobilização para 11 de julho.

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