Brasil

Brasil e China intensificam parceria com visita de Temer

As trocas entre o Brasil e a China atingiram US$ 80 bilhões em 2013


	Michel Temer: no encontro, que teve a participação do vice-presidente, as relações entre a China e o Brasil foram elevadas à parceria estratégica global
 (Antonio Cruz/ABr)

Michel Temer: no encontro, que teve a participação do vice-presidente, as relações entre a China e o Brasil foram elevadas à parceria estratégica global (Antonio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2013 às 20h14.

Brasília - O Brasil e a China firmaram hoje (6) o Plano Decenal de Cooperação para o período de 2013 a 2022 na 3ª reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), em Cantão, na China. O plano fora acordado em 2012, na visita do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, ao Brasil, em 2012.

No encontro, que teve a participação do vice-presidente Michel Temer, as relações entre a China e o Brasil foram elevadas à parceria estratégica global.

Durante o encontro, foi feita uma avaliação positiva do contato bilateral, do desempenho nas áreas comercial, de investimentos e da cooperação em ciência, tecnologia, inovação, cultura educação. As trocas entre o Brasil e a China atingiram US$ 80 bilhões em 2013.

Ficou acertado na reunião intensificar o esforço conjunto para diversificar mais a relação sino-brasileira, com ênfase em agricultura, energia e infraestrutura.

A Cosban é o mecanismo de encontro permanente de mais alto nível entre os governos do Brasil e da China, com a participação dos vice-chefes de governo dos respectivos países.

"A bem-vinda participação de empresas chinesas no consórcio para a exploração do Campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, abre importantes novas perspectivas para nossa atuação conjunta no setor de petróleo e gás. Estimulo a participação chinesa nesses empreendimentos, que haverão de fortalecer ainda mais nosso conhecimento e confiança mútuos, com ganhos compartilhados", disse o vice-presidente Michel Temer.

"Estamos abertos a investimentos chineses no Brasil, em especial nas áreas ferroviária, de portos, aeroportos e rodovias. Muitos desses projetos estão inseridos no contexto maior da integração física na América do Sul, o que os torna ainda mais atraentes para investimentos externos", declarou o vice-primeiro ministro chinês, Wang Yang.

Os dois países reiteraram a necessidade de cooperar no âmbito do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), do G20 - grupo das 20 maiores economias mundiais -, e do Basic - formado por Brasil, África do Sul, Índia e China -, sobre mudança do clima.


O documento elaborado na reunião confirma a visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil em 2014, quando serão celebradas quatro décadas de relação bilateral entre Brasília e Pequim.

Representantes da China também deverão vir ao Brasil no próximo ano para participar da 6ª Cúpula do Brics, em março, em Fortaleza. Um dos pontos mais importantes no âmbito desse grupo de países emergentes é a criação de um banco de desenvolvimento.

Sobre a segurança e a privacidade de dados na internet, no contexto das recentes denúncias de espionagem dos Estados Unidos a diversos países, a China e o Brasil reiteraram a importância de a comunidade internacional alcançar regras e padrões de regulação universalmente aceitas sobre tecnologia da informação e comunicação.

Na última sexta-feira (1º), o Brasil e a Alemanha apresentaram à Organização das Nações Unidas (ONU) um projeto de resolução sobre o tema, em que enquadram a espionagem como uma violação aos direitos humanos.

Sobre a reforma da governança global, com ênfase à do Conselho de Segurança da ONU, a China voltou apoiar a aspiração brasileira de desempenhar um papel mais proeminente no órgão, sem, no entanto, mencionar apoio expresso ao pleito do Brasil em assumir um assento permanente no conselho, depois de uma possível reforma.

Também foi mencionada a necessidade de atualização da fórmula de estabelecimento de quotas do Fundo Monetário Internacional (FMI), com o aumento da participação e do poder de decisão de países em desenvolvimento sobre a aplicação dos fundos.

No âmbito do comércio, o Brasil pediu à China a suspensão do embargo às exportações brasileiras de carne bovina; a habilitação de novos estabelecimentos exportadores de carne de frango e suína; e a assinatura do Protocolo Fitossanitário do Milho, cuja negociação foi concluída com sucesso, na Subcomissão de Inspeção e Quarentena da Cosban.

Na área de ciência e tecnologia, foi confirmado o lançamento do satélite China-Brasil 3 (Cbers-3, sigla em inglês para Brazil-China Earth-Resources Satellite) em dezembro deste ano e do Cbers-4, em 2015. O Cbers-3 será o primeiro da família de satélites sino-brasileiros a integrar uma câmera para satélite 100% desenvolvida e produzida no Brasil.

Ela vai registrar imagens para o monitoramento de recursos terrestres. Desde o inicio da parceria entre os países, em 1988, foram lançados os Cbers 1, 2 e 2-B.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaDiplomaciaMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Ao vivo: Lula faz pronunciamento sobre balanço de 2024

Vai chover no Natal? Defesa Civil de SP cria alerta para o feriado; veja previsão

Acidente em MG: Motorista de carreta envolvida em tragédia se entrega após passar dois dias foragido

Quem é o pastor indígena que foi preso na fronteira com a Argentina