Chanceler Celso Amorim: ontem, Amorim se encontrou com Cristina Kirchner e hoje teve reuniões com os ministros da Defesa e das Relações Exteriores (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2013 às 18h12.
Buenos Aires - O governo argentino enviará uma missão ao Brasil, daqui a dois meses, para avaliar a criação de um sistema conjunto de defesa cibernética, informou hoje (13) o ministro da Defesa, Celso Amorim.
Ontem, Amorim se encontrou com a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, e hoje teve reuniões com os ministros da Defesa, Agustín Rossi, e das Relações Exteriores, Hector Timerman.
A decisão foi tomada após as revelações do ex-técnico terceirizado da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), Edward Snowden, de que o governo norte-americano acessou comunicações telefônicas e eletrônicas para espionar cidadãos de seu próprio país e de vários países da Europa e da América Latina.
Documentos sigilosos divulgados por Snowden por meio da imprensa indicam que a presidenta Dilma Rousseff e a Petrobras teriam sido monitoradas pelos programas de vigilância dos EUA.
"Achamos que essa questão de espionagem, que teve como epicentro o Brasil, mas que também repercutiu em outros países da América Latina, merece uma tentativa de encontrar uma resposta regional", disse o ministro argentino da Defesa, em entrevista, após o encontro com Amorim.
Segundo Amorim, Brasil e Argentina "são dois países com grande capacidade de produção de software". No entanto, advertiu que é preciso investir para manter os especialistas da área trabalhando para seus governos, evitando uma fuga de cérebros.
"Queremos mantê-los em nossos países para criar softwares e estruturas físicas que nos permitam melhor proteger nossas informações sensíveis", disse Amorim.
Este ano, o Ministério da Defesa tem um orçamento de R$ 90 milhões para o Centro de Defesa da Cibernética, mas, segundo Amorim, depois das denúncias de espionagem eletrônica, está sendo feita uma "avaliação para a implementação de um programa imediato", cujos custos ele ainda não pode revelar.