As vendas de carne foram a principal causa do superávit de US$ 1,799 bi do Brasil com o Egito em 2010 (Matt Cardy/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2011 às 17h55.
Rio de Janeiro - Com a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, após 30 anos no poder, a corrente comercial entre Egito e Brasil deverá voltar à normalidade, o que deve permitir a retomada dos embarques de carne para aquele mercado, avaliou hoje (11) o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
“Neste momento, as exportações brasileiras, principalmente de carne, estão suspensas, porque não se sabia o que iria acontecer”, disse Castro. “Espera-se que quem assuma [o governo] volte a manter o ritmo normal das nossas exportações e que o Brasil não saia prejudicado, porque o Egito é um grande importador de carne brasileira. É um dos principais mercados brasileiros.”
No ano passado, os embarques brasileiros para o Egito somaram US$ 1,967 bilhão, com importações de apenas US$ 169 milhões. Isso resultou em um superávit para o Brasil de US$ 1,799 bilhão. “É um bom superávit”, afirmou Castro. A carne bovina, acrescentou, lidera as exportações de proteína animal do Brasil para o mercado egípcio.
Para o vice-presidente da AEB, a renúncia de Mubarak abre expectativas positivas para o comércio externo do Brasil e para as empresas privadas nacionais que têm investimentos naquele país. “A Marcopolo, a Randon, que têm unidades industriais no Egito, também suspenderam as operações. Então, o prejuízo não é apenas nas exportações, mas também no investimento brasileiro no exterior, que tinha um risco”, afirmou Castro.