Covid-19: desde o começo do mês, o país tem uma média de registros de casos diários superior a 25 mil (Eduardo Frazão/Exame)
EXAME Hoje
Publicado em 19 de junho de 2020 às 06h48.
Última atualização em 19 de junho de 2020 às 06h49.
Quase quatro meses depois do primeiro caso de infecção por coronavírus ter sido confirmado no Brasil, em 26 de fevereiro, o país deve romper a marca de 1 milhão de contaminados nesta sexta-feira, 19.
No último balanço, divulgado às 20 horas de ontem pelo consórcio de imprensa, que reúne UOL, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra, eram exatos 983.359 casos confirmados e 47.869 mortes.
Desde o começo do mês, o país tem uma média de registros de casos diários superior a 25 mil. Tudo indica também que neste fim de semana supere outra marca, a dos 50 mil óbitos.
É o segundo país com mais infecções e mortes pelo vírus SARS-CoV-2 em todo o mundo. Só está atrás dos Estados Unidos, que contabiliza 2,1 milhões de casos e mais de 117 mil mortes, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês).
A diferença é que nos Estados Unidos a velocidade de progressão da doença foi mais rápida. A marca do 1 milhão foi atingida em 28 de abril, três meses a confirmação do primeiro caso no país.
Naquele momento, cerca de 90% da população americana estava sob lockdown. Um mês depois, já com o avanço das medidas de reabertura da economia, o país passou os 2 milhões de casos confirmados. Muitas regiões do Brasil, como se sabe, estão em plena reabertura.
Em coletiva de imprensa realizada na quinta-feira, 18, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia, disse que o número de casos caminha para uma estabilização.
"Quando a gente olha o número de casos por semana epidemiológica, estamos entrando em um platô, de estabilidade", afirmou.
De acordo com o Ministério da Saúde, na 24ª semana (estamos na 25ª) foram registrados 177.668 casos, na anterior, 174.406.
Na quarta-feira, 17, o diretor executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, disse que há sinais de estabilização da pandemia no Brasil, mas que ainda é preciso de cautela.
"Já vimos isso acontecer antes. Pode haver sinais de estabilização por uns dias e a doença voltar a decolar", disse.
Vale lembrar, que em meio à crise sanitária, o Brasil está há 35 dias sem um ministro da Saúde. Desde a saída de Nelson Teich, no dia 15 de maio, Eduardo Pazuello assumiu interinamente. Não foi por acaso que o país atingiu o número de 1 milhão de casos.