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Brasil deve abrir mercados dos EUA e Japão para carne bovina

Anúncio do comércio inédito de carne bovina "in natura" deverá ser feito durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington no fim deste mês


	Operário manipula carne em um frigorífico: anúncio deverá ser feito durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington no fim deste mês
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Operário manipula carne em um frigorífico: anúncio deverá ser feito durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington no fim deste mês (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2015 às 13h17.

São Paulo - As aguardadas exportações de carne bovina não processada do Brasil para os Estados Unidos devem começar a ocorrer em agosto, projetou nesta terça-feira a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, que vislumbra ainda maior abertura em outros importantes mercados como Japão, Rússia e China.

O anúncio do comércio inédito de carne bovina "in natura" do Brasil para os EUA deverá ser feito durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington no fim deste mês.

"Fica faltando apenas o acerto da certificação, que são os detalhes mínimos. Os técnicos americanos e do Brasil acham que em agosto já estamos com performance exportadora", disse Kátia Abreu, após participar do seminário Perspectivas para o Agribusiness 2015 e 2016, realizado pela BM&FBovespa, em São Paulo.

A ministra sinalizou também a abertura do mercado japonês para carne bovina processada e in natura do Brasil.

"Eles pediram (como contrapartida) a abertura do nosso mercado para o gado kobe e vamos atendê-los", afirmou Kátia Abreu, referindo-se a um corte especial japonês de alto valor de mercado.

A ministra disse estar confiante de que esse ano já ocorra exportação de carne bovina do Brasil para o Japão, sem estimar volumes.

PRELISTINGS O Ministério da Agricultura também avalia que está avançado o processo de abertura com a Rússia de um sistema de lista de frigoríficos brasileiros pré-autorizados (ou "prelisting", na linguagem do comércio internacional).

A assinatura da lista, que inclui abatedouros de bovinos, suínos e aves, deverá ocorrer durante a visita de uma comitiva brasileira à Rússia em julho, simultaneamente à reunião de cúpula dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Apesar de a Rússia ter um histórico de diversos embargos e liberações de importação de carnes do Brasil, Kátia Abreu disse estar confiante nesta abertura mais ampla do mercado.

"No dia-a-dia estamos conversando e tratando com os técnicos e não estamos encontrando dificuldades. Nós estamos na maré muito boa com relação às carnes no Brasil", afirmou a ministra.

O Brasil, que tem sido nos últimos anos o maior exportador global de carne bovina, tem 28 plantas de bovinos habilitadas pela Rússia, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

A Rússia foi o segundo maior importador de carne bovina do Brasil em 2014 e o maior comprador de carne suína brasileira. A ministra Kátia Abreu afirmou ainda que há negociações iniciais para a criação de uma lista de frigoríficos pré-autorizados também com a China.

"Ainda estamos em fase inicial de acordo sanitário e fitossanitário que já existe... Estamos muito confiantes de que até o final do ano possamos estar com o prelisting para China também assinado", afirmou a ministra a jornalistas.

O Ministério da Agricultura do Brasil anunciou em maio, durante visita de uma comitiva chinesa ao país, a habilitação de oito unidades de abate de bovinos que estavam suspensas desde um embargo imposto pelo país asiático em dezembro de 2012.

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