A transmissão acontece por mosquitos conhecidos como maruim (Smith Collection/Gado/Getty Images)
Repórter colaborador
Publicado em 26 de julho de 2024 às 06h25.
O Ministério da Saúde confirmou duas mortes por febre do oropouche no interior da Bahia. Segundo a pasta, até esta quinta-feira, 25, não havia relato de nenhuma morte pela doença no mundo.
Os dois óbitos haviam sido divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde da Bahia, mas ainda eram classificados como suspeitos pelo governo federal.
As vítimas eram duas mulheres, de 21 e 24 anos, que não eram gestantes e não possuiam comorbidades. A primeira delas morava na cidade de Valença e morreu em 27 de março, enquanto a segunda residia em Camamu e morreu no dia 10 de maio, em Itabuna.
O Ministério da Saúde investiga ainda um terceiro óbito no Paraná, mas cuja transmissão ocorreu em Santa Catarina. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, a vítima era um homem de 59 anos morador do município de Apucarana.
Em 2024, oBrasiljá registrou mais de 7 mil casos de febre de oropouche, a maior parte no Amazonas e em Rondônia, uma alta de mais de 760% em relação ao ano passado inteiro.
A doença é causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. A transmissão acontece por meio da picada de mosquitos, especialmente os das espécies Culicoides paraensis e Culex quinquefasciatus, conhecidos popularmente comomaruim. De acordo com a Fiocruz, tais mosquitos são mais comuns em estados do Norte do país, principalmente na Amzônia.
Ovírus oropouchevem tendo surtos no Brasil desde a década de 1970. Os primeiros registros do atual surto foram feitos em 2022 pelo Laboratório Central de Roraima. Na sequência, vieram casos em Amazonas, Rondônia e Acre. Nos últimos 70 anos, pelo menos 30 surtos foram relatados em países latino-americanos - Peru, Colômbia, Guiana Francesa e Panamá.
Os sintomas, muito parecidos com os da dengue, duram entre dois e sete dias e incluem:
De acordo com o Ministério da Saúde, não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.
O Ministério recomenda que, se possível, as pessoas evitem áreas onde há mosquitos, usem roupas que cubram a maior parte do corpo, apliquem repelentes e limpem a casa removendo possíveis criadouros de mosquitos.