Crianças sírias em campo de refugiados: entre estrangeiros aceitos hoje, 532 chegam da Síria (Nikolay Doychinov/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2014 às 20h37.
Rio de Janeiro - O governo brasileiro aprovou nesta quarta-feira, em um só dia, 680 pedidos de refúgio no país, um número superior ao de solicitações aceitas em todo o ano passado (649), informou em comunicado o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em Brasília.
A avalanche de aprovações elevou a 6.588 o número de estrangeiros aceitos como refugiado no Brasil por sofrer perseguições em seus países de origem ou por motivos humanitários, de acordo com a Acnur.
As aprovações de hoje equivalem a 10% do total de refugiados no Brasil e superam as 649 de 2013, quando o número de solicitações aceitas triplicou ao de 2012 (199).
A sessão plenária de hoje foi a primeira desde que entrou em vigor a medida administrativa do governo que simplifica o processamento das solicitações de refúgio no Brasil.
"Essa maior produtividade nas análises vem em um momento de crescimento no número de solicitações na ordem de 800% nos últimos quatro anos. Hoje, o Brasil é visto como uma terra de oportunidades não apenas por países vizinhos, mas por vários outros do eixo Sul, sobretudo africanos", explica Paulo Abrão, presidente do CONARE e secretário nacional de Justiça, citado em comunicado da Acnur.
Entre os estrangeiros aceitos hoje estão 532 vindos da Síria, 57 do Mali, 22 da República Democrática do Congo, 19 da Nigéria, 15 da Guiné, três do Paquistão, três do Togo, dois da Costa do Marfim, um do Líbano, um da Palestina, um da Sérvia e um do Sudão.
O Conare, no entanto, rejeitou o pedido de 11 cidadãos de Guiné-Bissau, dois da Nigéria e um de Camarões.
No ano passado, o Brasil já tinha aprovado a entrada de 283 cidadãos procedentes da Síria que alegaram estar fugindo da guerra civil no país.
Em 2013, também foram amparados 106 cidadãos da República Democrática do Congo, 87 colombianos e 32 paquistaneses.
As solicitações de refúgio em massa foram aceitas por membros do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça, juntamente com representantes dos ministérios das Relações Exteriores, do Trabalho e do Emprego, da Saúde, da Educação, além da Polícia Federal, a organização não-governamental Cáritas e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).