EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2010 às 09h20.
Washington - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que a guerra global de divisas ameaça o Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) e afirmou que para solucionar a situação os países desenvolvidos devem retomar as políticas de estímulo econômico.
Mantega adiantou hoje que esta proposta será apresentada neste sábado diante dos responsáveis de Economia dos 187 países-membros do Fundo Monetário Internacional (FMI), que participam em Washington da assembleia anual do organismo.
"É preciso retomar uma política fiscal ativa nos países avançados que não conseguiram estimular o crescimento", disse Mantega, acrescentando que as atuais tensões cambiais são fruto da crise mundial, que "não foi solucionada devidamente".
O ministro assinalou que países desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão e nações europeias, não conseguiram estimular a demanda e têm baixo crescimento e elevado desemprego, além de enfrentarem esses problemas "de maneira inadequada".
Mantega afirmou que os países desenvolvidos se concentraram em "descer as taxas de juros ao máximo", o que, junto com outras políticas monetárias expansivas por parte de bancos centrais, como o Federal Reserve, dos EUA, debilita o dólar, que está perdendo valor em relação a algumas moedas asiáticas.
Na sua opinião, os países avançados devem estimular o crescimento interno, sobretudo com a criação de empregos.
"É preciso recolocar na agenda do G20 a questão da recuperação das economias avançadas a partir de seus próprios mercados. Os países desenvolvidos não podem pretender crescer via externa, que é o que querem debilitando suas moedas", indicou.
O ministro, no entanto, reconheceu que a China tem sua parcela de culpa.
"O que não pode acontecer é uns respeitarem a livre oscilação e outros não", disse Mantega, assinalando que "até países como a Suíça" entraram no jogo da desvalorização de divisas.
O ministro da Fazenda brasileiro disse que se não houver atuação efetiva dos países no caminho do entendimento, há a possibilidade de ser iniciada uma guerra comercial em nível mundial, com os países atuando cada vez mais no controle de capitais.
"Eu acho que esse é o pior cenário. É algo que não desejamos", finalizou Mantega.
Leia mais notícias sobre FMI
Siga as notícias de Economia no Twitter