Ernesto Araújo (imagem de arquivo): "Não faríamos nada isoladamente", disse o ministro (Wilson Dias´, da Agência Brasil/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de fevereiro de 2020 às 17h47.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2020 às 17h51.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que o Brasil está acompanhando a situação do novo coronavírus na Itália e seguirá as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar que a epidemia chegue ao País. "Não faríamos nada isoladamente", disse o ministro ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, nesta segunda-feira, 24.
Segundo o chanceler, o acompanhamento está sendo feito por meio do Ministério da Saúde. Após surgir na China e provocar mais de 2.500 mortes no país asiático, os casos do novo coronavírus começaram a se propagar com velocidade na Itália. Foram ao menos 219 casos registrados e seis mortes, segundo os últimos relatos.
Diante da situação, o governo italiano colocou ontem ao menos 11 cidades no norte do país sob quarentena numa tentativa de conter a propagação do vírus.
Mais cedo, ao Broadcast, o embaixador do Brasil em Roma, Helio Vitor Ramos Filho, afirmou que tem feito relatos diários ao governo brasileiro sobre a situação do novo coronavírus no país europeu.
"Desde a primeira incidência, temos feito relatórios diários para Brasília, sobre o tratamento da doença na Itália e todas as orientações que os italianos estão comunicando", disse Ramos Filho.
Araújo confirmou que tem recebido os relatórios e que não há qualquer recomendação para que brasileiros não viagem à Itália, mas que seguirá as orientações da OMS para eventuais restrições de circulação.
Por enquanto, o embaixador do Brasil em Roma afirmou que ainda não há sugestão para que as pessoas deixem de visitar a Itália.
Nesta segunda, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, considerou "profundamente preocupante" o aumento de casos de coronavírus registrado na Itália, no Irã e na Coreia do Sul.
Em pronunciamento nesta segunda-feira, ele disse que há especulação de que esses casos em novos países podem significar que o avanço do vírus já caracteriza uma pandemia. "No momento, não vemos avanço global incontido do vírus e não vemos mortes em alta escala", disse ele. "O vírus tem potencial pandêmico? Com certeza. Estamos lá? Achamos que ainda não."