Tombini, presidente do BC: Selic pode chegar a 5% até 2013, segundo o Bradesco (Marcello Casal Jr/ABr)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2011 às 13h52.
Zurique - O Brasil pode começar a reduzir a taxa básica de juros em 12 meses como forma de atrair investidores privados, segundo a Bradesco Asset Management Ltd.
As decisões de política monetária do Banco Central podem ajudar a reduzir a taxa real de juros do país para 5 por cento até 2013, disse Joaquim Levy, diretor de gestão e estratégia da BRAM, em entrevista em 22 de junho em Zurique.
“Esse é o cenário central, mas vai depender da disciplina fiscal do Brasil”, disse Levy, que foi secretário do Tesouro Nacional antes de ser contratado, há um ano, pela administradora de recursos do Banco Bradesco SA, terceiro maior gestor em ativos com US$ 133,8 bilhões. “Se tudo correr bem, as taxas de juros devem cair até a metade do próximo ano.”
O BC elevou a taxa Selic neste mês pela quarta vez consecutiva, para 12,25 por cento, um aumento de 0,25 ponto percentual. No ano, o presidente do BC, Alexandre Tombini, já elevou taxa básica em 1,5 ponto percentual. Operadores apostam em mais uma alta de 0,5 ponto percentual até o final do ano, segundo estimativas da Bloomberg com base na curva de contratos de Depósito Interfinanceiro.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo acumula alta de 6,55 por cento nos 12 meses até maio, superando o teto de tolerância da meta de inflação pelo segundo mês consecutivo. O centro da meta é de 4,5 por cento, com tolerância de 2 pontos percentuais para baixo ou para cima.
A nota de crédito do País deve ser elevada a cada dois anos conforme o avanço do desenvolvimento econômico, disse Levy. Em 20 de junho, a Moody’s Investors Service melhorou em um nível a classificação dos títulos soberanos do País, de Baa3 para Baa2 com perspectiva positiva.
Explosão em infraestrutura
O Bradesco espera cerca de US$ 400 bilhões em investimentos privados para ajudar no desenvolvimento da infraestrutura de transporte e energia do País. O governo se comprometeu a investir cerca de US$ 600 bilhões no setor em cinco anos.
O Bradesco tem planos de ampliar um fundo que permite a investidores europeus entrarem na “mega tendência” de investimentos em infraestrutura dos atuais 20 milhões de euros para até 250 milhões de euros, até a metade de 2012, disse Levy.
O executivo quer criar seis mesas de operações em infraestrutura em São Paulo, a serem chefiadas por Patricia Pimenta, no começo do próximo mês.