Para diretor da área de pesquisas do Bradesco, grande parte do desempenho dos preços vem do setor de serviços, uma inflação que não recebe influência do que ocorre no resto do mundo (Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2011 às 09h39.
São Paulo - O diretor do Departamento de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, Octavio de Barros, disse ontem que o País só saberá se o Banco Central (BC) está certo ou não no processo de afrouxamento da política monetária mais à frente. Barros fez a afirmação ao ser questionado se ainda segue em defesa da política econômica do governo federal, mesmo com as expectativas de inflação em contínuo processo de deterioração.
Para ele, grande parte do desempenho dos preços vem do setor de serviços, uma inflação que não recebe influência do que ocorre no resto do mundo. A previsão do banco é de que a alta de preços nesse segmento feche este ano em 9% e encerre 2012 em 8,2%. "Esta é uma inflação resultante da melhora social observada no Brasil nos últimos anos. Vamos ter de purgar esta melhora porque em todos os países que melhoraram socialmente houve aumento da inflação de serviços", afirmou, após participar do evento "Mercados Emergentes 2011 - São Paulo: Aumentando a Velocidade", realizado ontem pela Fitch Ratings na capital paulista.
Para o ano que vem, Barros projeta inflação de 5,8%, acima do centro da meta de 4,5%. Ele, no entanto, projeta uma taxa Selic, no fim de 2012, de 10% ao ano. Sobre a reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) em outubro, o economista espera mais um corte de 0,5 ponto porcentual, assim como foi realizado no último encontro, em agosto. Esse corte de 0,5 ponto, conforme o diretor do Bradesco, também deverá se repetir na reunião de novembro.