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Boulos pede inelegibilidade de Nunes e Tarcísio após governador associá-lo ao PCC

Candidato do PSOL entrou com uma ação por abuso de poder político contra o governador que declarou, sem provas, que a organização criminosa orientava voto em SP em Boulos 

Guilherme Boulos (Leandro Paiva/@leandropaivac/Flickr)

Guilherme Boulos (Leandro Paiva/@leandropaivac/Flickr)

Publicado em 27 de outubro de 2024 às 15h36.

Última atualização em 27 de outubro de 2024 às 16h30.

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O deputado federal e candidato à prefeitura da cidade de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), afirmou neste domingo, 27, que entrou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB) por abuso de poder político e informação falsa.

Na ação, o candidato pede a inelegibilidade de Tarcísio e Nunes.

O governador afirmou, sem provas, que o Primeiro Comando da Capital (PCC) orientou voto em Boulos nesse segundo turno na capital paulista.

Após votar na manhã deste domingo, por volta das 12h, ao lado do candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), o governador do estado afirmou, sem apresentar provas, que a facção criminosa PCC circulou um comunicado nos presídios, conhecido popularmente como “salve”, indicando votos “no outro candidato” da capital, em referência a Boulos.

Em coletiva de imprensa, às 15h30, Boulos anunciou o ingresso da ação em caráter emergencial no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo por crime eleitoral do governador para beneficiar seu oponente, o atual prefeito.

"Houve o intuito de intervir [no resultado eleitoral] com mentiras", disse o psolista, que classificou a declaração como o "laudo falso do segundo turno". Numa associação ao documento falso divulgado pelo candidato derrotado Pablo Marçal (PRTB), às vésperas do primeiro turno, para relacionar Boulos ao uso de drogas.

O deputado afirmou, contudo, que o ataque de Tarcísio é ainda mais grave por ter sido feito por uma autoridade. "Utilizou-se de sua posição para inventar um absurdo, sem qualquer tipo de prova, uma enorme irresponsabilidade, por isso acionamos a Justiça Eleitoral. E deixo minha cobrança para que ela seja rápida, isso é inadmissível numa sociedade democrática", disse Boulos.

A ação também fala em um ataque coordenado e cita que fato já está sendo explorado de maneira criminosa por apoiadores de Nunes e Tarcísio, que estão fazendo circular pelo Whatsapp um vídeo associando Boulos ao PCC.

A AIJE apura se houve, por parte do candidato, o uso indevido dos meios de comunicação e se, a partir dessa utilização irregular, a representação tem gravidade suficiente seja qualitativa, de ser uma conduta inaceitável, ou quantitativa, por ter afetado um grande número de pessoas. Comprovada a denúncia, os agentes podem ter seus direitos políticos cassados.

À imprensa, o candidato do PSOL também disse ver "desespero" na campanha de Nunes com uma possível virada a favor do deputado federal.

"Tarcísio tentou influenciar a cabeça dos eleitores como uma mentira criminosa e absurda. É crime eleitoral, abuso de poder político e informação falsa. É grave, gente, e certamente, uma mentira dessa não me beneficia".

A EXAME procurou a Secretaria Estadual da Segurança Pública para pedir um posicionamento sobre a fala do governador, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

Em nota, a campanha de Ricardo Nunes afirmou que, por ora, não se manifestará sobre os pedidos de Boulos à Justiça.

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