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Bope nega toque de recolher na Favela do Jacarezinho

O objetivo do encontro foi apresentar os procedimentos dos policiais durante a ocupação, como a revista de suspeitos e a busca em residências


	Bope na Favela do Jacarezinho no RJ: o morador Araguaci do Carmo, de 53 anos, disse que muitas pessoas estão reclamando de que tiveram suas casas revistadas várias vezes
 (Tania Rêgo/ABr)

Bope na Favela do Jacarezinho no RJ: o morador Araguaci do Carmo, de 53 anos, disse que muitas pessoas estão reclamando de que tiveram suas casas revistadas várias vezes (Tania Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2012 às 13h45.

Rio de Janeiro – Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que ocupam a favela do Jacarezinho desde a última terça-feira (16), se reuniram hoje (19) com moradores da comunidade da zona norte da cidade do Rio. O objetivo do encontro foi apresentar os procedimentos dos policiais durante a ocupação, como a revista de suspeitos e a busca em residências.

Mais de 300 pessoas se reuniram na quadra da Escola de Samba Unidos do Jacarezinho. A maioria só queria ouvir o que os policiais tinham a dizer, mas alguns tinham dúvidas e incertezas em relação ao dia a dia da ocupação, ao funcionamento do comércio e ao trânsito dos mototaxistas.

Liandra Rodrigues da Silva, de 31 anos, pediu a palavra para reclamar de uma tentativa de invasão supostamente cometida por policiais.“Eu gostaria de pedir um favor. A gente trabalha, então, quando vocês vão fazer uma revista a gente não está em casa. Eu queria pedir que não tentem forçar minha porta novamente. É só agendar um horário que eu abro a porta para vocês”, disse Liandra, aplaudida por quase todos os moradores.

Depois, à Agência Brasil, ela disse que não foi possível identificar quem tentou arrombar sua porta, mas há histórico de tentativas de arrombamento pela polícia. O comandante do Bope, tenente-coronel René Alonso, pediu aos moradores que se certifiquem de que a tentativa de arrombamento foi feita pela polícia, antes de culpar os policiais. Segundo ele, há muitos casos de outras pessoas que se aproveitam da ausência do dono da casa para entrar e roubar seus pertences.

O morador Araguaci do Carmo, de 53 anos, disse que muitas pessoas estão reclamando de que tiveram suas casas revistadas várias vezes. “Algumas residências são duas, três, quatro vezes revistadas num dia. Vim pedir para que sinalizem as casas revistadas, para evitar que sejam revistadas de novo. Mas ninguém está reclamando da ocupação”, disse. O comandante garantiu que vai passar a marcar essas casas, para evitar buscas continuadas em um mesmo local.

Durante a reunião, René Alonso pediu que os moradores denunciem casos de abuso. Garantiu a Polícia Militar não recebeu denúncia de desvios cometidos por policiais. “Pelo contrário, o que a gente recebeu são informações positivas a esse respeito”, disse.

O tenente-coronel negou que haja toque de recolher e disse que eles podem circular pela comunidade a qualquer hora do dia. Sobre eventos culturais, informou que precisam ser autorizados com antecedência, para evitar transtornos a outros moradores. Os mototaxistas, segundo ele, serão alvo de fiscalização, para verificar se sua documentação está em dia e se o condutor usa o equipamento exigido pelas leis de trânsito.

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