JAIR BOLSONARO: Presidente durante entrevista para o Jornal La Nacion. (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
EFE
Publicado em 4 de junho de 2019 às 18h13.
Última atualização em 4 de junho de 2019 às 18h14.
Buenos Aires — O presidente Jair Bolsonaro participará de uma reunião com empresários da Argentina e de um seminário sobre o setor de defesa após a visita que fará ao presidente do país, Mauricio Macri, na quinta-feira.
Fontes da Casa Rosada revelaram à Agência Efe que a agenda de Bolsonaro começará logo pela manhã, pouco depois de chegar a Buenos Aires. O primeiro evento marcado será uma homenagem ao general José de San Martín, considerado pai da pátria argentina.
Na sequência, Bolsonaro será recebido por Macri na Casa Rosada, sede do governo do país vizinho. Esta será a segunda reunião com essas características entre eles, já que o presidente argentino veio ao Brasil em janeiro e esteve no Palácio do Planalto.
Os dois presidentes participarão de uma saudação oficial no Salão Branco, com a presença da imprensa, e posteriormente terão um encontro particular com a presença das respectivas primeiras-damas, Juliana Awada e Michelle Bolsonaro.
A previsão é que Macri e Bolsonaro façam uma declaração conjunta à imprensa, sem a abertura para perguntas de jornalistas, sobre os principais pontos e acordos discutidos na reunião, que será focada na agenda bilateral e interesses comuns no cenário internacional.
Como é habitual em visitas de Estado, Macri oferecerá um almoço no Museu da Casa Rosada a Bolsonaro, que também terá breve reunião com as autoridades do Legislativo e do Judiciário da Argentina.
À tarde, segundo fontes ouvidas pela Efe, Bolsonaro participará do encerramento do Seminário da Indústria de Defesa, organizado pela embaixada do Brasil em Buenos Aires, e de um encontro com importantes empresários argentinos, que será fechado à imprensa.
Ao fim do dia, Bolsonaro fará sua tradicional live nas redes sociais para resumir a visita a Macri. O presidente volta ao Rio de Janeiro na manhã de sexta-feira.
Os assuntos que devem dominar o encontro são a crise da Venezuela, já que Bolsonaro e Macri são dois dos presidentes mais críticos ao regime de Nicolás Maduro, e o estado das já avançadas negociações de um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
Em entrevista à rádio "Cadena 3", o chanceler da Argentina, Jorge Faurie, destacou que as negociações avançaram especialmente depois da chegada da equipe econômica de Bolsonaro ao poder.
"Tivemos um avanço substancial por uma coincidência na visão de flexibilizar alguns aspectos relativos à tarefa externa e, sobretudo, de promover que determinados setores competitivos no Mercosul o sejam ainda mais. Isso permitiu que tivéssemos um avanço muito forte, sobretudo nas duas últimas reuniões técnicas", disse.
A primeira visita oficial de Bolsonaro à Argentina também será marcada por protestos contra o presidente brasileiro. Movimentos políticos, sociais e sindicais convocaram a população para se manifestar na Praça de Maio, onde fica a Casa Rosada.