Bolsonaro: Em entrevista à TV "A Crítica", do Amazonas, o médico do presidente disse que a cirurgia está afastada (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
Agência O Globo
Publicado em 15 de julho de 2021 às 20h48.
O presidente Jair Bolsonaro mantém evolução clínica "satisfatória", mas segue sem previsão de alta hospitalar, segundo boletim médico divulgado na noite desta quinta-feira (15) pelo Hospital Vila Nova Star. O texto diz ainda que foi retirada a sonda naso-gástrica do presidente e que está planejado para esta sexta-feira o início de sua alimentação.
Internado no oitavo andar do Vila Nova Star, Bolsonaro deve começar a receber alimentação líquida. Até o início da noite, usava uma "sonda nasogástrica aberta”, tubo introduzido no nariz até o estômago. O aparelho, que foi implantado no Hospital das Forças Armadas em Brasília, era usado para drenar o líquido acumulado no organismo.
O presidente também recebe pela veia antibióticos e soro para hidratação.
Bolsonaro foi internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, na madrugada de quarta-feira, reclamando de dores no abdômen. Os médicos diagnosticaram obstrução intestinal, um bloqueio que impede o caminho normal do órgão e que pode ser resultado da sequência de cirurgias feitas após a facada que Bolsonaro recebeu durante um ato de campanha em setembro de 2018.
No meio da tarde, ele foi transferido para São Paulo, onde passou por novos exames para avaliar a necessidade de uma nova cirurgia. Comandados pelo cirurgião Antonio Luiz Macedo, os médicos concluíram que o presidente deveria ser submetido a um tratamento clínico convencional.
Em entrevista à TV "A Crítica", do Amazonas, na noite desta quinta-feira, Macedo disse que a cirurgia está afastada e que o presidente começará a receber uma dieta líquida, mais fácil de ser digerida.
— A cirurgia, em princípio está afastada, uma vez que o intestino voltou a funcionar e o abdomen está mais flácido e mais funcionante.
Obstrução intestinal é um bloqueio de parte do intestino (grosso ou delgado) que impede o funcionamento normal do sistema digestivo, ou a passagem das fezes. Isso pode ser provocado por questões de saúde mais graves, como tumores, ou brandas, como desdobramentos de cirurgias abdominais. Nesse caso, o problema se assemelha a uma cicatriz na área intestinal.
A obstrução intestinal, diagnosticada no presidente Jair Bolsonaro, pode ser resultado das operações pelas quais ele passou após levar uma facada, em setembro de 2018, de acordo com médicos especialistas no sistema digestivo ouvidos pelo GLOBO. Segundo os profissionais, o quadro também explica as crises de soluço que o chefe do Executivo relatou ter há mais de dez dias.
Problemas do tipo podem ser resolvidos com a ingestão de remédios ou exigir a realização de cirurgia, quando a obstrução é mais grave. Ainda segundo os médicos, em geral, essas operações não são consideradas de risco, mas tudo depende do quadro clínico do paciente, que pode ficar até dez dias internado, em recuperação.
Desde que levou a facada em 2018, Bolsonaro passou por seis cirurgias, nem todas relacionadas ao atentado. O primeiro procedimento foi feito ainda em Juiz de Fora. Dias depois, passou por nova cirurgia para desobstrução do intestino no Albert Einstein, em São Paulo.
Após assumir a Presidência, fez um procedimento para retirar a bolsa de colostomia. Em setembro de 2019, passou por uma cirurgia para tirar uma hérnia na cicatriz de uma das operações anteriores. Além disso, em 2020, Bolsonaro foi submetido a uma vasectomia e retirou um cálculo renal.