Bolsonaro e Mohammed bin Salma: presidente falou que possui "certa afinidade" com o príncipe herdeiro sauditada (Alan Santos/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de outubro de 2019 às 08h45.
Última atualização em 29 de outubro de 2019 às 09h06.
Riad — Antes de se reunir com o mandatário da Arábia Saudita, o presidente Jair Bolsonaro falou nesta terça-feira (29) que possui "certa afinidade" com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salma. Segundo Bolsonaro, "todo mundo" gostaria de passar uma tarde com um príncipe, "principalmente as mulheres".
"Acho que todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente vocês, mulheres. Vou ter essa oportunidade hoje. Nós dois temos certa afinidade", disse Bolsonaro a jornalistas na saída do hotel onde está hospedado.
Embora o príncipe herdeiro tente mostrar ao exterior uma imagem de maior abertura nos costumes, as mulheres ainda enfrentam uma série de restrições no país, como a forma de se vestir.
No ano passado, a Arábia Saudita foi o último país a permitir que as mulheres possam dirigir automóveis. E foi somente em agosto deste ano que as sauditas passaram a ter a possibilidade legal de viajar sem a autorização de um homem, como era exigido até então.
Há cerca de um mês, o príncipe também assumiu "total responsabilidade" pela morte do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, mas negou ter dado a ordem para que ele fosse morto. "Este foi um crime hediondo. Assumo total responsabilidade como líder da Arábia Saudita", afirmou durante uma entrevista exibida pela rede de TV americana CBS.
Crítico ao governo saudita, o jornalista Jamal Khashoggi foi morto dentro do consulado de seu país em Istambul.
De acordo com Bolsonaro, que está no país em busca de investimentos, a defesa é a área mais importante nas conversas com os sauditas. "Eles querem investir maciçamente no Brasil", afirmou.
Outro ponto em discussão envolve o agronegócio. Bolsonaro disse que os sauditas buscam maior segurança alimentar. "O Brasil é um mar de oportunidades e eles descobriram isso. É um novo governo que está transmitindo confiança para eles e que os encoraja a investir no Brasil. Estamos muito bem com a Arábia Saudita."